A lei do silêncio que impera no Atlético neste início de temporada, quando o clube decidiu blindar seus jogadores e funcionários, proibindo o contato com a imprensa para tornar o site oficial o único canal de comunicação entre a instituição e o seu torcedor, já afeta empresários e agentes de atletas que defendem as cores do Furacão. Procurados ontem pela reportagem do Paraná Online, a fim de opinar sobre os prejuízos que a falta de exposição causa aos seus pupilos, eles preferiram não se pronunciar sobre o assunto. Pior: mostraram visivelmente temerosos de que qualquer declaração pudesse influenciar negativamente sobre o tratamento que seus jogadores recebem no CT do Caju.
Mesmo que a blindagem não seja vista com bons olhos pelos empresários dos jogadores atleticanos, eles limitaram-se a dizer que “trata-se de uma política interna do clube”. O Paraná Online preferiu preservar os nomes dos agentes ouvidos, a pedido deles próprios. A lei da mordaça, no entanto, estaria desagradando os jogadores, principalmente em dias de jogos. Eles se sentem constrangidos em ter de evitar repórteres de rádio e televisão, quando estes tentam, sem sucesso, entrevistá-los. Para acatar a ordem da diretoria, os atleticanos já decoraram a frase que precisam declarar: “Desculpe, eu não posso dar entrevista.” Os jogadores estão liberados para dar entrevistas apenas para a webrádio e para a webtv do clube.
Diante disso, o clube consegue fugir de possíveis questionamentos que possam ser abordados pela imprensa, principalmente diante da má campanha que o Atlético faz no Campeonato Paranaense, onde ocupa a 7.ª colocação, e tem mínimas chances de chegar ao título do primeiro turno do Estadual. Entretanto, a intenção do clube em fortalecer o canal de comunicação com o seu torcedor ainda está fora de sintonia. A ponto de os próprios torcedores atleticanos despejarem críticas sobre o canal. As gafes não são poucas. Vão desde a publicação de uma mensagem indignada do irmão do presidente Mário Celso Petraglia, José Aníbal Petraglia, onde ele tachou os rubro-negros de “poodles” – apelido pejorativo dado pelos rivais dos atleticanos – até a manutenção de uma carta do ex-presidente Marcos Malucelli, na seção “Palavra do presidente”, onde ele atacava atitudes da chapa CAPGigante, liderada por Mário Celso Petraglia.