Distância: 217 quilômetros. Temperatura: entre 40ºC e 60ºC. Duração: 60 horas. Local: Vale da Morte, Califórnia, Estados Unidos. É isto o que vai enfrentar – correndo – o empresário curitibano João Sacks Prestes, de 59 anos, entre os dias 14 e 16 de julho. Ele vai participar da ultramaratona mais difícil do mundo. Será a centésima prova de Prestes, entre maratonas e ultramaratonas, desde que ele começou a correr, há 15 anos.
A prova será realizada em um deserto, abaixo do nível do mar. A umidade máxima chega a 4%. ?A primeira dificuldade já é conseguir a inscrição. São somente 90 vagas para corredores do mundo inteiro. São mais de três mil que tentam. É preciso mandar curriculum. A organização faz uma seleção e demoram meses para chegar a resposta. Esta é a primeira vez que eu participo?, afirma Prestes.
A ultramaratona no Vale da Morte faz parte da Bad Water Cup, que ainda compreende provas com a mesma distância na montanha e na neve. A edição da montanha já foi realizada neste ano. Prestes participou e conseguiu terminar a prova. ?Se eu terminar a prova no deserto, vou tentar a participação na prova na neve, no final do ano?, promete o empresário. Enquanto isso, a rotina de treinamentos é intensa. São corridas nas dunas da Praia da Joaquina (em Florianópolis) e dentro de saunas, com temperaturas altíssimas.
Todos os participantes têm 60 horas para completar a corrida no Vale da Morte. Em média, apenas 30% dos corredores inscritos conseguem terminar a prova. ?É preciso traçar um plano tático. O forte calor causa desidratação aguda, enjôos, náuseas, perda de peso intensa. A organização faz testes clínicos durante a prova para saber se os corredores estão em condições. Mesmo que você queira continuar, a organização pode eliminá-lo caso não esteja em condições para seguir. Teve gente que já morreu tentando completar a prova?, conta. Todos os competidores necessitam de assistentes e carros de apoio para correr nesta ultramaratona.
Apesar das imensas dificuldades, Prestes está animado com um possível bom resultado. ?Para mim, já é uma glória estar entre os inscritos. Mas é um desafio pessoal. Esta corrida é nível 10 em dificuldade, mais do que o Ironman. Terminar a prova será uma grande vitória. Correr traz uma enorme satisfação para mim?, revela Prestes.
O empresário viaja nesta segunda-feira para os Estados Unidos, onde vai montar a estrutura de apoio. Logo em seguida ele vai para o Vale da Morte, onde fará uma aclimatação antes do início da corrida. O retorno de Prestes para Curitiba está previsto para o dia 25 de julho.
