O presidente Lula disse nesta sexta-feira que a escolha do Rio para sediar os Jogos Olímpicos de 2016 derrubou o último preconceito contra o Brasil. Para ele, que estava muito emocionado, com lágrimas nos olhos durante a entrevista, o País mostrou que tem competência para sediar o evento.
“Estou muito emocionado porque foi um trabalho extraordinário de todos brasileiros que queriam a Olimpíada. O trabalho do governo federal, estadual e municipal com o COB. Hoje, o Brasil conquistou a cidadania internacional. Quebramos o último preconceito. Provamos que temos competência para fazer a Olimpíada”, afirmou.
Lula ressaltou que o Rio e o Brasil têm o direito de realizar uma Olimpíada, apesar dos problemas sociais, e prometeu a realização da melhor Olimpíada de todos os tempos.
“Foram dois anos, apresentação de programas, mais de pessoas que estão de parabéns. O Brasil está de parabéns. Era difícil pensar que o Terceiro Mundo conseguiria. Alguns nos tratam como País de segunda classe. Dizem que tem favela, criança pobre e não pode fazer Olimpíada. Temos o direito de fazer uma Olimpíada. E mostrar que a alma generosa vai fazer a maior Olimpíada que o mundo já viu”, comentou.
O presidente do Brasil acredita que a conquista é uma retribuição e ao povo carioca. “O Rio perdeu muitas coisas, perdeu a capital. É uma retribuição ao povo, que às vezes só aparece nas paginas de jornais. Vamos surpreender. Aqueles que achavam que não tínhamos condições, vão se surpreender”.
Para Lula, a emoção da apresentação brasileira foi decisiva para o triunfo do Rio. “Ficou muito visível de que Chicago e Tóquio vieram pra cumprir tabela. Quem estava para votar, viu que estávamos com alma. Nos tínhamos que provar competência para fazer a primeira Olimpíada. E as pessoas viram isso nos nossos olhos”, analisou.
Lula ressaltou que a escolha do Rio mostrou que o Brasil está sendo respeitado. “É dia de comemorar porque o Brasil deixou de ser País de segunda classe. Respeito é bom e hoje nos recebemos o respeito. Queria agradecer a todos que trabalharam. É uma vitória de 190 milhões de almas. Do continente americano, da América Latina. Prevaleceu a paixão a verdade”.
O presidente negou que esta seja uma vitória pessoal e não escondeu que ficou muito emocionado com o triunfo do Rio de Janeiro. “Eu não ganhei do Obama. O Rio é quem ganhou. Eu incentivei o Obama a vir. Sou amigo do Obama, do Zapatero vou ser do Hatoyama. Estou feliz porque a vitória foi visível. O Rio tem alma, tem coração. Tenho que agradecer ao trabalho do COB, dos nosso atletas. Essas crianças, Guga, Pelé, Hortência, o Paulo Coelho, que vendeu muito livro hoje. Eu achei que não tinha mais razão pra ficar emocionado. E eu fiquei muito emocionado. Eu estou com orgulho imenso. Hoje foi um dia sagrado. Se eu morresse agora, morreria feliz”, finalizou.
