Emanuel e Ricardo se preparam para jogos à noite

Atenas – O programa de treinos, a alimentação e até os horários de sono da dupla de vôlei de praia Ricardo/Emanuel já começaram a sofrer mudanças visando a preparação da dupla para a primeira fase do torneio olímpico da modalidade. Isto porque os três jogos da parceria em Atenas/2004 serão à noite. O esforço de adaptação começou ontem à noite, dia do desembarque dos atletas na Grécia, quando Emanuel foi dormir às duas horas da manhã. “Costumo ir dormir às dez da noite, mas sabendo do horário de nossos jogos, já comecei a mudar a rotina”, disse Emanuel.

A estréia da dupla nos Jogos de Atenas será às 23h (17h de Brasília) do dia 15 de agosto, contra a dupla norueguesa Bjorn Maaseide e Iver Horrem. Uma das preocupações de Emanuel é com a iluminação no Centro Olímpico de Vôlei de Praia de Faliro, local das competições. Habituados ao sol forte, os jogadores pretendem aproveitar os treinos noturnos que farão na quadra de competição para se adaptar aos refletores. “O sol bate de cima, cria um efeito diferente da iluminação artificial, que é lateral. Isso é um fator que faz diferença e que levaremos em consideração nos treinamentos”, disse Emanuel.

O atleta brasileiro, maior vencedor da história do Circuito Mundial, comentou que a própria alimentação teve que ser repensada em função dos horários dos jogos. “A primeira visita ao refeitório da Vila Olímpica foi uma tentação, já que a variedade é imensa. Mas temos que pensar no que melhor se adapta ao nosso ritmo de treinos”, disse Emanuel, acrescentando que a última etapa de preparação da dupla para os Jogos de Atenas foi seguida à risca, inclusive com fortalecimento mental acompanhadao por uma especialista em ciências esportivas formada em Portugal. “Já não nos abalamos com a provocação dos adversários e cada um tem o seu estilo de fazê-lo: os argentinos, por exemplo usam a catimba, os noruegueses mostram irritação e os americanos cantam todas as jogadas. Nós preferimos nos concentrar no jogo.”

Emanuel admite que o alto do pódio olímpico é algo de que sente falta em sua vitoriosa carreira. “Todos os títulos que consegui acrescentaram ao meu jogo e até à minha qualidade de vida. Mas falta o ouro”, reconhece.

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