Em torno do estádio, moradores aproveitam para fazer comércio de garagem

Rio de Janeiro – Um comércio surgiu no entorno do estádio João Avalange, o Engenhão, durante os Jogos Pan-Americanos. Não se trata de ambulante, são os próprios moradores que estão abrindo os portões de casa e colocando os produtos a venda nas garagens e varandas.

Próximo à entrada leste do Engenhão, uma das mais movimentada em dia de jogos do Pan está Zeilda Monteiro. Precisando de um dinheiro extra para as despesas com o casamento do filho, ela resolveu aproveitar o movimento dos torcedores para incrementar a renda de babá. Zeilda, que mora no térreo de prédio, puxou para a área da frente do apartamento uma extensão de luz e trouxe uma mesa e um carrinho para assar churrasquinho e salsichão.

Diariamente ela vende cerca de 100 churrasquinhos e 100 salsichões. Tem ainda a água e o refrigerante, cerca de 150 por dia. No final do Pan ela espera ter conseguido R$ 800 reais. Ela ainda avalia a possibilidade de continuar as vendas depois do Pan quando houver jogos de futebol no Engenhão. "O Pan tem um público mais família. A primeira experiência com o Engenhão, quando teve um jogo de futebol não foi tão tranqüila, nos assustou um pouco", conta.

Um pouco depois de Zeilda mora Dalton Amauri. Por 8 anos ele foi vizinho a área da extinta Rede Ferroviária Federal e que agora é ocupada pelo Engenhão. Corretor de imóveis, ele aproveita as horas vagas para abrir o portão de casa, espalhar caixas de isopor pela garagem e vender refrigerantes, água e cerveja a quem vai ao estádio. No final do Pan, Dalton espera ter juntado entre R$ 500 e R$ 600 para viajar com a namorada.

Para não ficar sem renda no período de férias escolares, Dalva Frasão, que vende salgados na porta de faculdades, aproveitou para vender bolos, empadas, cachorro quente e bebidas próximo à entrada Norte do Engenhão. Sem muros, a janela da sala de Dalva se abre direto para rua. Foi na grade da janela que ela pendurou latinhas de refrigerante e garrafas de água para atrair a freguesia.

Sentada no sofá, assistindo televisão, Dalva espera que o movimento aumente já que a entrada do estádio próxima a sua casa está fechada. "Não tenho vendido mais que 12 latas de refrigerante por dia",  afirma. Dalva faz plano para no futuro abrir uma lanchonete onde mora aproveitando o movimento dos eventos esportivos que devem tomar conta do Engenhão depois do Pan.

Enquanto alguns comemoram da oportunidade de ter uma renda extra, quem tem comércio formal na região reclama da concorrência das vendas domésticas. "Isso prejudica quem tem um comércio e paga tributos", afirma Cândido Fialho, proprietário há quatro anos de um mercado no ntorno do Engenhão. Ele reclama ainda que falta fiscalização. "A fiscalização ao comércio foi intensa nos três meses anteriores, agora cada um vende o que quer".

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