Imagine que durante a Olimpíada haja uma emergência no Aeroporto Santos Dumont, que é cercado por fuzileiros navais. Que ali perto, no Monumento aos Pracinhas, haja uma manifestação “violenta”, que também precisa da intervenção da Marinha. As tropas que estavam nas bases do Leme, do Jockey Club, e da Escola Naval já estão mobilizadas e são necessários reforços. Mas há um “colapso” no trânsito da cidade. Como as tropas que estão de prontidão na Ilha do Governador, na zona norte, chegarão ao local dos confrontos?
Errou quem imaginou que fosse de helicóptero. No exercício feito pela Marinha na manhã desta terça-feira, os 80 fuzileiros navais designados para a missão levaram uma hora e meia até a Praia do Flamengo, em cujas areias desembarcaram, e seguiram para o local dos confrontos imaginários em caminhões, que também chegaram embarcados.
Para o contra-almirante fuzileiro naval Ricardo Henrique Pilar, comandante do Grupo-Tarefa Terrestre Copacabana, esse é um “tempo razoável”. “Porque já tenho tropas em pontos estratégicos da zona Sul. Essa ação foi para testarmos as nossas capacidades aéreas e marítimas de deslocar as tropas da Ilha do Governador que estão posicionadas pronta para agir no Rio de Janeiro”, afirmou.
As tropas embarcaram na Ilha do Governador em dois navios. Num, seguiram um trator e dois caminhões. No outro, os militares. O trator limpou a areia, fazendo uma pista para permitir que os caminhões passassem sem atolar. Em seguida, os fuzileiros desembarcaram na praia.
O treinamento incluiu ainda a simulação do resgate de um militar ferido nessa suposta manifestação. Durante o desembarque das tropas, um helicóptero pousou na areia para fazer o socorro. Ao todo, mil militares atuaram na simulação.