Em seu primeiro coletivo, Falcão foi sofrível

São Paulo – Falcão fez ontem à tarde seu primeiro coletivo no São Paulo. Atuou de meia, solucionando o primeiro impasse sobre sua nova carreira: sua posição. Jogou pela direita. Ou pelo menos deveria atuar por aquele setor. Foi escalado no time reserva, o que significa, ainda, que dificilmente ele fará sua estréia no Campeonato Paulista na quinta-feira, quando o Tricolor abre sua temporada diante do Ituano. Em campo, na maioria dos 48 minutos, o melhor do mundo no futsal foi uma lástima. Esteve perdido, correndo atrás da bola sem guardar posição.

O técnico Emerson Leão o deixou livre para ele fazer o que sabe ou o que ainda pretende aprender. Não lhe cobrou nada, em absoluto. Mas certamente já descobriu que sua missão -ensiná-lo a atuar no piso de grama – não será das mais fáceis. Não se trata de uma crítica pura e simples. O próprio torcedor são-paulino deve entender que levará algum tempo para que o jogador mostre suas habilidades nos estádios, a mesma que o consagrou nas quadras. O que a Agência Estado fez, observando o primeiro coletivo do atleta, foi constatar suas dificuldades. Na verdade, todas elas já esperadas pela troca de modalidade.

Tudo em Falcão é diferente no campo. Até seu modo de correr. Ele próprio sabe que a adaptação será trabalhosa. Precisará de horas de dedicação e paciência. Talvez por isso, ele tenha afirmado de manhã, após treinamentos físicos, que não se decepcionará caso Leão o deixe fora das partidas iniciais. "Estarei esperando por uma oportunidade, que poderá chegar na estréia ou no quarto jogo do Paulistão."

Leão o queria pela direita, mas Falcão correu atrás da bola em todos os setores do campo. Jogou sério, embora tenha pegado na bola poucas vezes. Para criar alguma intimidade com a nova pelota, e conhecer suas dimensões, Leão lhe pediu para cobrar escanteios. Bateu dois seguidos, numa repetição de exercício. O primeiro foi no meio da área. O outro, mais fraco.

Foi o esperado. Em seu primeiro coletivo, o novo reforço do São Paulo sentiu o tamanho do campo. Mesmo assim, não se conteve de buscar a bola em todos os setores, o que acabou prejudicando a formação tática do time reserva. Estava ora na direita, ora na esquerda. Ora na defesa.

Ora tentando chegar ao ataque. Numa tentativa de arremate, na entrada da área, foi travado por Lugano. Saiu mancando, mas não se deixou abater. Parou apenas para apertar o laço do cadarço da chuteira esquerda. E seguiu atrás da bola novamente.

Voluntarioso, Falcão foi. A todo instante pedia o passe, mesmo estando marcado. Deu alguns bons toques, quase de primeira. Em determinado momento, trombou com Leão. Correu de costas e não viu o treinador na sua direção. Foi só um esbarrão. Também mostrou pouco jeito para disputar bolas de cabeça, um fundamento que praticamente inexiste no futsal.

Foi sim um primeiro passo de doer no futebol de campo. O próprio Falcão percebeu isso. Mas da metade para o fim do coletivo, ele começou a dosar os piques, talvez até por cansaço, e a ficar mais na direita, a posição que Leão lhe reservou desde o início do trabalho. Falcão vai melhorar, sobretudo porque é atencioso dentro e fora de campo. "Recebo as informações e passo o dia pensando nelas, encontrando uma maneira de melhorar o que fiz de errado. Ajuda", disse.

Fisicamente, o jogador acredita que não terá grandes problemas, pois no futsal ele conta que também treinava em dois períodos e com intensidade parecida ao futebol de campo. Quando aprender a correr certo e descobrir os atalhos dos gramados, poderá render mais que em seu primeiro coletivo.

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