Em saia-justa, o Comitê Olímpico Internacional não fará um ato em homenagem ao brasileiro João Havelange e apenas “reconhecerá publicamente seu papel para o esporte”. O Estado de S. Paulo apurou com exclusividade que, desde a notícia da morte do ex-dirigente nesta terça-feira, a cúpula da entidade se reuniu para definir uma posição sobre o homem que teve a carreira marcada por alguns casos de corrupção, mas que chegou a ser membro do COI.

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“Não haverá um ato, mas um reconhecimento”, declarou Juan Antonio Samaranch Jr, vice-presidente do COI e filho de um dos dirigentes que, com Havelange, dividiu o poder no esporte mundial.

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Craig Reedie, outro vice-presidente do COI, também confirmou ao Estado de S. Paulo a posição da entidade, indicando que nenhum ato público estaria sendo pensado.

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Jacques Rogge, ex-presidente do COI no momento em que Havelange deixou a entidade por conta do escândalo de corrupção, admitiu à reportagem que não sabia se iria ao velório. “Não sabemos ainda. Precisamos consultar isso com o presidente do COI, Thomas Bach”, disse.

Alex Gilady, um dos membros mais influentes da entidade, foi direto: “Ele (Havelange) não é mais membro do COI”.

No hotel dos dirigentes olímpicos, o clima não havia sido afetado pela notícia. Alguns acompanhavam o remo pela televisão, enquanto outros dirigentes tomavam seus cafés, já se preparando para os eventos olímpicos.

Havelange esteve intimamente ligado aos Jogos no Rio. Ele havia sido convidado pelo presidente do Rio-2016, Carlos Arthur Nuzman, para estar na cerimônia de abertura. Mas não apareceu. Em 2009, na última apresentação da delegação do Rio de Janeiro para conquistar o apoio do COI para sediar os Jogos de 2016, a palavra final foi dada a João Havelange. Ao se levantar, sua estatura impressionante e seu histórico geraram um profundo silêncio na sala de convenções em Copenhague.