A rotina de um atleta profissional é pesada. O nadador Luiz Altamir, ouro no revezamento 4×200 metros livre no Mundial de piscina curta na China, conta que seu dia começa bem cedo e só vai terminar depois de muito treinamento, que inclui no mínimo 9 quilômetros de braçadas na piscina. Tudo isso para ser um dos melhores do País.
“Um dia normal é acordar às 6 horas, tomar café da manhã, arrumar as coisas, às 7h30 está caindo na água, às 9h30 acaba, às 10 horas começa musculação, fica até as 11h30, volta para casa, almoça, descansa um pouco, estuda o que tiver de estudar, às 17 horas volta ao clube, treina até as 19 horas, depois tem aula até as 22h30, aí dorme e repete tudo isso no dia seguinte”, disse o nadador.
É uma rotina sem brechas e todos os dias. Mas ele sabe que tem de se dedicar se quiser realizar os seus objetivos olímpicos. Ainda mais porque, para os padrões da elite da natação mundial, ele é baixo – tem 1,74 metro de altura. Mas o tamanho não tira suas chances na raia de competição. “Quem assistiu ao filme Rocky 4 sabe que ele lutou contra um russo de 2 metros de altura e ele batia no peito do adversário. Eu sou o Rocky Balboa da natação, me vejo assim. Sei que sou capaz disso e não tem tamanho que possa me atrapalhar”, avisou.
“O que coloco na minha cabeça, independentemente da altura, é que nada supera o trabalho duro. Provei isso diversas vezes. Se pegar todos os resultados e a altura do pessoal, sou o mais baixinho do Mundial, no time brasileiro, e isso não me deixa acanhado ou com medo. Nada pode te limitar a realizar um grande sonho”, defendeu.
O rapaz de 22 anos nasceu em Boa Vista, capital de Roraima, mas ainda bebê se mudou para Fortaleza, no Ceará. Começou na natação com um ano de idade por influência familiar. A mãe era professora em uma escolinha de natação e ensinou as primeiras braçadas. Sua tia, que pratica triatlo, também serviu de inspiração. “Essas pessoas foram exemplo para mim. Já fiz judô, futebol, mas sempre nadava desde pequeno. Foi aí que me apaixonei”.
Luiz Altamir se destacou nos Jogos Escolares de 2011 e recebeu um convite do Flamengo. Ficou lá de janeiro de 2012 até o fim de 2016, ano que disputou os Jogos Olímpicos no Rio de Janeiro. Em 2017, teve proposta do Pinheiros e decidiu mudar de ares. “Aqui tem uma equipe de altíssimo nível, você nunca fica na zona de conforto. Tem 10 pessoas que nadam a mesma prova que a sua, em alto nível, sempre querendo melhorar. Por isso é um time especial e estar aqui é excelente”.