Os jogadores brasileiros não precisaram suar a camisa para alcançar a maior goleada desde que Carlos Alberto Parreira voltou ao comando da seleção, em janeiro de 2003. O placar de 7 a 1 contra Hong Kong supera os 6 a 0 sobre o Haiti, no ano passado, até então o resultado mais expressivo. O adversário não impôs nenhuma dificuldade e poderia até, ter sofrido mais gols, caso o time sul-americano tivesse pressionado durante os 90 minutos.
O treinador se disse satisfeito com o que viu, apesar do péssimo nível do rival. "O time se soltou, variou jogadas, inverteu bolas, todos se saíram muito bem", comentou Parreira, extremamente bem-humorado. "Para se ter uma idéia, o time finalizou 24 vezes só no primeiro tempo, é um número impressionante."
Os atletas afirmaram que o confronto valeu para que o time ganhasse um pouco mais de entrosamento, voltasse a se encontrar antes do reinício das Eliminatórias. Mas foi unânime a opinião de que o rival não deu nenhum trabalho e não mostrou ter nível para enfrentar uma seleção brasileira. "Valeu para treinarmos juntos, mas a seleção de Hong Kong é muito fraca", declarou Juninho Pernambucano.
Quem assistiu aos primeiros 5 minutos ficou com a certeza de que o Brasil golearia sem fazer esforço. Hong Kong marcou muito mal, deu espaço, deixou Ronaldinho Gaúcho e Robinho à vontade e não atacou. Zé Roberto puxou vários contra-ataques, Robinho se movimentou bastante – desconcertou a defesa asiática com seus dribles – e Ronaldinho preferiu economizar as jogadas individuais para pôr os colegas na cara do gol, com toques rápidos.
Foi fácil demais. O zagueiro Lúcio, que substituiu Roque Júnior, machucado, fez o primeiro gol, de cabeça. Roberto Carlos, em chute forte de fora da área, ampliou a vantagem e Ricardo Oliveira marcou o terceiro, antes do intervalo.
Nada mudou na segunda etapa, em que Parreira aproveitou para fazer várias alterações. Ronaldinho Gaúcho deixou sua marca, encobrindo o goleiro Fan Chun Yip. "Foi um gol bonito, vi o goleiro adiantado e chutei por cima", festejou o craque do Barcelona. "Fiquei satisfeito com a atuação do time."
Ricardo Oliveira fez o quinto, aproveitando cruzamento de Juninho Pernambucano, e Robinho, o sexto. Alex, de pênalti, fez o último gol brasileiro, que viu Lee Ming descontar para o time da casa.
Após o amistoso, os jogadores brasileiros abriram champagne, dentro do campo, para celebrar o Ano Novo Chinês, que começou justamente nesta quarta-feira. O público aplaudiu bastante a equipe sul-americana e festejou seus gols.
Mas o Hong Kong Stadium, com capacidade para 40 mil pessoas, não ficou lotado. Longe disso. Recebeu pouco mais de 23 mil pessoas e menos de 19 mil pagantes.