A polêmica no basquete feminino está longe do fim. O colegiado de clubes não terá um representante na reunião convocada para esta quinta-feira pela Confederação Brasileira de Basketball (CBB) para debater o atual cenário da modalidade. O encontro será às 13 horas no salão de Convenções da Universidade Estácio de Sá, no Rio.

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A alegação das seis equipes que participam da temporada de 2015/2016 da LBF é que o encontro foi marcado pela CBB para o mesmo dia de uma reunião da liga. Por isso, na manhã desta quinta-feira, às 10h30, em uma entrevista coletiva no hotel Grand Mercure, em São Paulo, os representantes das equipes vão esclarecer assuntos referentes às críticas dos clubes, dirigentes e atletas à atual gestão do basquete feminino por parte da CBB. À tarde, os clubes se reúnem para discutir temas da liga.

O colegiado ainda pediu que o encontro agendado pela CBB fosse transferido para São Paulo por uma questão de logística, já que três equipes ficam no Estado (Corinthians/Americana, Santo André e Presidente Venceslau). As outras são do Nordeste (América de Recife, Maranhão e Sampaio Corrêa). O pedido foi ignorado.

Segundo comunicado da CBB, foram convidados dirigentes, técnicos, atletas e presidentes de federações que estão disputando a LBF, além de representantes do Ministério do Esporte, Comitê Olímpico do Brasil (COB), Associação de Atletas Profissionais de Basquetebol, Associação de Treinadores de Basquetebol, da LNB e o presidente da LBF.

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A posição dos clubes em não participar do encontro é mais um capítulo da crise do basquete brasileiro. Encabeçado por Ricardo Molina, presidente do Corinthians/Americana, e com participação das outras cinco equipes, o grupo pede mudanças profundas e uma maior influência dos times na gestão da CBB em relação ao basquete feminino.

Na avaliação do colegiado, o presidente da CBB, Carlos Nunes, dá atenção apenas ao masculino, deixando o feminino em segundo plano. A postura explicaria o desempenho ruim da seleção nos últimos torneios. Nesta temporada, o Brasil terminou na quarta colocação nas duas principais competições. No Pan-Americano de Toronto, o time do técnico Luiz Zanon perdeu para Cuba e, na Copa América, para a Argentina, ambos na disputa pela medalha de bronze. No Mundial de 2014, em Ancara, na Turquia, as meninas foram derrotadas pela França nas oitavas de final.

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Os clubes querem participar ativamente do planejamento da seleção feminina. Entre os pedidos, por exemplo, está ter autonomia na escolha do treinador e na convocação das jogadoras, além da definição do calendário. O grupo ameaça não liberar nenhuma atleta para defender o Brasil na disputa do evento-teste dos Jogos Olímpicos do Rio, entre os dias 15 e 27 de janeiro do ano que vem.

A CBB confiava na reunião desta quinta-feira para aparar arestas e apresentar aos clubes o projeto de preparação da seleção para a Olimpíada. Sem um representantes das equipes, o encontro perde o efeito. A tendência é que o clima só piore, já que, além de não participar, os times vão colocar mais lenha na fogueira com uma entrevista coletiva poucas horas antes.