Em pista nova, segredo é achar o rumo logo

Tudo começa num computador. Quando a F-1 corre num circuito novo, são os engenheiros que entram em campo primeiro.

Especialistas em simulações colocam para rodar programas que reproduzem o traçado desconhecido, em geral fornecidos pelos próprios organizadores. É a partir desses videogames que são feitos os primeiros acertos básicos para a corrida que está por vir.

Em geral, um simples desenho da pista é suficiente para iniciar o trabalho de simulação. Na medida em que os dados vão chegando (topografia, altitude, largura da pista, tipo de asfalto, ângulos precisos das curvas, medidas acuradas), milhares de "voltas" são percorridas nos computadores.

O grau de aderência da pista é um dos dados mais relevantes para se chegar a tempos prováveis de voltas e velocidades em cada trecho. Ao mesmo tempo, é o mais difícil de se obter. Só mesmo quando a borracha encosta no novo asfalto é que se pode ter uma idéia mais clara de quão aderente uma pista é.

"Mesmo se tivermos informações bem concretas, em circuitos novos a gente sabe que o nível de aderência muda muito rapidamente na medida em que os carros vão rodando e a pista vai ficando emborrachada", diz Grant Truff, o especialista em simulações da Williams.

Uma das alternativas para se chegar ao acerto básico de um carro para um traçado estreante é usar dados de pistas semelhantes. Observa-se uma curva no papel, por exemplo, e procura-se alguma parecida em outro autódromo para calcular parâmetros de suspensão, controle de tração e carga de frenagem.

Já no autódromo, a primeira coisa que um piloto faz é dar uma volta a pé pela pista, e depois de bicicleta, ou lambreta, junto ao seu engenheiro. É importante checar as zebras, memorizar as curvas, observar as áreas de escape, "sentir" o asfalto.

Na sexta-feira, duas ou três voltas são o bastante para um piloto decorar um circuito. A partir daí, os segredos da pista começam a ser revelados e o acerto básico evolui para "set ups" mais refinados. "É a sintonia fina", diz Truff. "Muita coisa a gente consegue reproduzir nos computadores. Mas não há nada como um carro na pista para se ter uma noção exata de como ela é. E quanto mais rápido um piloto compreende um circuito, mais rápido se chega a um acerto ideal."

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