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Em nova fase, Natália lidera Minas contra favoritismo turco no Mundial de Clubes

O início da temporada 2018/2019 do vôlei também é um recomeço para Natália. Campeã olímpica em 2012, a ponteira está de volta ao Brasil para defender o Minas, após dois anos na Turquia, e tenta deixar para trás a temporada anterior, quando pouco atuou e teve seu desempenho atrapalhado por uma lesão crônica no joelho direito. “A última temporada na Turquia não foi nada boa, pouco joguei por causa do problema no joelho. Estou me recuperando bem e pegando o ritmo aos poucos”, afirmou Natália, em entrevista ao Estado.

Capitã da seleção brasileira, Natália também não conseguiu brilhar com a equipe no Mundial, realizado em outubro e no qual o time nacional ficou em uma modesta sétima posição, adiando novamente o sonho de conquistar o inédito título. Os problemas físicos no grupo foram a trava que deixaram o Brasil menos competitivo do que de costume. “Tivemos muitos problemas de contusões e o time não conseguiu treinar completo em momento algum durante a temporada e isso atrapalhou”, comentou.

As decepções passaram e agora Natália inicia a sua caminhada pelo Minas no seu retorno ao vôlei brasileiro. Conquistou em novembro o Campeonato Mineiro e deixou o País invicta na Superliga, com quatro vitórias, para um desafio maior: a participação no Mundial de Clubes, na China, a partir da madrugada desta terça-feira (de Brasília).

O recomeço de Natália é bom, não só pelos resultados coletivos, mas pelo desempenho individual. Afinal, até a conclusão da quinta rodada da Superliga, era a quinta melhor sacadora. E também figurava como segunda atacante do time ideal da competição.

O Minas de Natália vai participar do Mundial por ter vencido o Sul-Americano na temporada passada, derrotando o Sesc-RJ na final. O outro representante do País é o Dentil/Praia Clube, de Uberlândia (MG), convidado da organização, mas que chega como campeão da Superliga, também tendo derrotado o time carioca, interrompendo uma hegemonia que envolvia os time do Rio de Janeiro e de Osasco.

“Essa mudança é bacana, mostra que o vôlei brasileiro está crescendo, com as equipes se reforçando. É bom até para o patrocinador ver o esporte com outros olhos, investir em diferentes times. Vai ser uma das melhores temporadas em questão de equilíbrio”, previu Natália.

Na China, os desafios são bem mais complicados. E os turcos Eczacibasi Vitra e Vakifbank são os favoritos ao título, tendo sido campeões nas três últimas edições do Mundial e em quatro das cinco anteriores. Natália os conhece bem, pois foi rival de ambos nas duas temporadas em que ficou no Fenerbahçe. E vê as estrangeiras como diferencial desses times. “A gente sabe que vai ser muito difícil. O Vakifbank, principalmente, e o Eczacibasi são os favoritos, mas tudo pode acontecer”, disse.

A chinesa Ting Zhu e a sérvia Milena Rasic são alguns dos destaques do Vakifbank, enquanto que o Eczacibasi, dirigido pelo brasileiro Marco Aurélio Motta, conta com a sérvia Boskovic e a norte-americana Jordan Larson. “O vôlei na Turquia vem crescendo muito nos últimos anos. E o principal motivo é pelas estrangeiras que jogam lá. A própria seleção da Turquia vem crescendo também com o decorrer dos anos. Cada time tem pelo menos umas três ou quatro estrangeiras, do mais forte ao mais fraco. E isso dá uma qualidade maior ao campeonato”, avaliou Natália, lembrando que a seleção turca foi vice-campeã da Liga das Nações neste ano, tendo passado pelo Brasil nas semifinais.

No Grupo A da competição, o Minas estreia às 4 horas desta terça contra o francês Volero Le Cannet. Depois, na quarta, terá pela frente o chinês Zhejiang. E o seu último rival na fase de grupos será o Vakifbank, na sexta. Na outra chave, a B, e nas mesmas datas, o Praia Clube enfrentará o tailandês Supreme Chonburi, o casaque Altay e o Eczacibasi.

O Minas, além de Natália, também se reforçou para a temporada com Gabi, sua companheira na seleção, e Bruna Honório. Mas também perdeu Rosamaria, hoje no Praia Clube, Pri Daroit e as norte-americanas Sonja e Hooker, deixando o elenco sem nenhuma estrangeira.

O cenário faz Natália sonhar com uma medalha no Mundial de Clubes. Mas e se der para ir mais longe? “Vamos tentar fazer o melhor para ganhar uma medalha e quem sabe o título. A gente tem que sonhar grande e acreditar que é possível”, concluiu, feliz com o novo momento da sua carreira.

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