O clima entre Levir Culpi e Fred no Fluminense não é mesmo dos melhores. Antes da partida diante do Volta Redonda neste domingo, pelo Campeonato Carioca, o treinador falou sobre a polêmica envolvendo ele e o atacante e a possível saída do jogador. Calmo, Levir se mostrou surpreso com a repercussão do caso e negou qualquer entrevero, mas avisou: se o atleta não estiver satisfeito, é melhor que saia.
“Não tivemos contrariedade nenhuma, não chegamos a discutir nem nada. Estou estranhando muito porque a possibilidade de falar comigo está aberta. Então, estou sem saber o que está acontecendo para tomar uma posição. Mas o certo é que penso desta maneira: quem não está satisfeito no clube, tem que sair. Citei o Diego (Souza), que achei que tomou uma atitude ótima. Estava incomodado, não estava bem e foi para outro clube”, declarou, lembrando o recente retorno de Diego Souza para o Sport após breve passagem pelo Fluminense.
Fred teria ficado irritado com algumas decisões de Levir e marcou reunião com a diretoria do Fluminense na noite de sábado. Nela, teria deixado claro que não trabalharia mais com o treinador. Enquanto os dirigentes tricolores não se manifestam, a torcida deixou claro seu apoio ao técnico na partida deste domingo e gritou insistentemente seu nome antes do apito inicial.
“Não tenho praticamente nada para falar. Não tive a oportunidade de falar com o Fred pessoalmente. Nós nos conhecemos há muito tempo, passamos tempos muito felizes na época do Cruzeiro, ele fez um monte de gol, foi para a França, então deu tudo certo para nós. De lá para cá, nossa convivência sempre foi ótima. Nunca tivemos problema pessoal nem nada”, garantiu Levir.
O certo é que o treinador não concorda com o excesso de comando do atacante no clube. Fred é conhecidamente um líder do elenco e é ouvido em questões que extrapolam as quatro linhas. Em entrevista à TV Record, Levir chegou a opinar: “Não acho que ele deve receber todo esse peso que dão a ele, não pode comandar o clube, a não ser que pare de jogar e assuma o comando”. Neste domingo, reafirmou sua posição.
“O técnico de futebol não é e não vai ser nunca mais importante que o Fluminense. Quanto mais um jogador. Então, o jogador joga, o técnico treina, o diretor dirige e o presidente manda em tudo. Será que há alguma dificuldade no entendimento de alguém sobre esta situação?”, questionou. “O Fluminense não pode ficar a mercê de atletas, técnico, dirigentes. O clube é muito maior do que nós.”