O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta sexta-feira, em Londres, que a América do Sul merece sediar a Olimpíada, e defendeu a candidatura do Rio de Janeiro para 2016. “Os Jogos Olímpicos não podem ser um privilégio do que se considera o mundo desenvolvido”, disse, após visitar as obras do Parque Olímpico da capital inglesa, sede da disputa em 2012.
A região considerada não desenvolvida foi palco do evento apenas uma vez, no México, em 1968. Depois de conseguir aumentar seu papel na economia global, agora o Brasil quer ganhar espaço no mundo dos eventos esportivos. O Rio de Janeiro é candidato a 2016 juntamente com Madri, Chicago e Tóquio. A cidade escolhida será anunciada em 2 de outubro deste ano, em Copenhague, na Dinamarca. “O Brasil nunca esteve tão próximo”, disse Lula.
“Se o Lula é o cara, o Rio é a cidade”, disse o ministro do Esporte, Orlando Silva, referindo-se à frase do presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, sobre o presidente brasileiro.
Lula foi o único líder político que visitou as obras em Londres depois da reunião do G-20, empenhando-se pessoalmente na campanha. Ele disse que está pedindo votos ao Rio em todas as reuniões de que participa.
O Brasil está usando como argumentos a realização dos Jogos Pan-Americanos em 2007, considerada bem-sucedida, e a Copa de 2014. “Boa parte dos projetos de 2016 já está em andamento”, disse o prefeito do Rio, Eduardo Paes, que também integrou a comitiva brasileira.
Para Lula, a Olimpíada não significa gastos para o País, e sim investimentos. “Sem contar as medalhas de ouro que vamos ganhar, teremos o benefício da melhoria urbana”, argumentou. O presidente levantou a possibilidade de fazer uma parceria com o governo britânico para aproveitar a parte provisória da estrutura das obras de Londres, que será desmontada após o evento.
A campanha do Rio enfrenta como um dos principais obstáculos a questão da segurança pública. Mas Lula argumenta que, em eventos internacionais de grande porte, monta-se uma estrutura especial para garantir a segurança. “Londres não tem normalmente o número de policiais na rua que vimos ontem”, afirmou, referindo-se à reunião do G-20.
Ele também disse que durante os Jogos Pan-Americanos não foi registrado nenhum incidente e o mesmo ocorrerá na Copa de 2014. “O único incidente que pode acontecer é a gente não ganhar”, disse. “Aí eu posso ter um enfarte”, brincou.