Foi o maior público do futebol paranaense no ano. E foi o melhor jogo do futebol paranaense no ano. Com alternativas, belas jogadas, quatro gols e festa nas arquibancadas, Atlético e Coritiba ficaram no 2×2 no primeiro clássico do Campeonato Brasileiro. O resultado foi justo, deixou o Furacão na terceira posição e manteve o Coxa na 18ª colocação. Mas a partida apresentou um Rubro-negro com poder de reação e um Alviverde com potencial para melhorar. E mostrou ser possível termos um Atletiba de qualidade, logo o primeiro na remodelada Arena da Baixada.

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Se o Atlético não havia surpresas, pois Milton Mendes optou por manter a formação e escalar Felipe no lugar do suspenso Nikão, o Coxa tinha João Paulo, Marcos Aurélio e principalmente Esquerdinha como novidades (Lúcio Flávio e Rafhael Lucas ficaram no banco). E, sabendo que o Furacão deixaria os visitantes terem a posse de bola, foi isso que Ney Franco pediu ao Coritiba.

Wellington Paulista abriu o placar para o Coritiba na Arena. No segundo tempo Ruy aumentou. Foto: Daniel Castellano.

E foi assim que o Atletiba começou. Com o Alviverde tendo o domínio, tentando chegar e o Rubro-negro buscando os espaços no contra-ataque. Marcos Aurélio ditava o ritmo de um lado, Walter chamava o jogo de outro. Mas era o Coxa quem aparecia mais, com tentativas de Henrique e Wellington Paulista, enquanto o Furacão só teve uma chegada com Douglas Coutinho.
O gol alviverde saiu depois de um lance errado. Marcos Aurélio recebeu e tentou um chute de primeira, mas furou. E o que era pra ser um tirambaço virou sem querer um passe para Wellington Paulista, que venceu Kadu e deu um belo toque por cima de Weverton. A vantagem do Cori obrigava o Atlético a sair mais para o jogo. O clássico esquentou. E não é que o Furacão empatou numa jogada sem querer? Hernani lançou para a área e Ytalo preparou a bomba, mas errou. E a bola chegou no pé de quem deveria chegar – Walter, inapelável, tudo igual na Arena.

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Em vez de incendiar definitivamente, o jogo ficou morno. Apenas um lance de perigo até o final do primeiro tempo – justamente o último, um voleio de Coutinho que Bruno teve que se virar pra segurar. As defesas se ajustaram, a marcação passou a levar vantagem sobre a criação, e o justo 1×1 ficou no placar. “O jogo está bem equilibrado”, resumiu WP. “O jogo está difícil, como era de se esperar”, completou Walter.

Walter marcou para o Atlético. Ele recebeu e mandou a bomba no meio da área. No segundo tempo, Edgar Junio também marcou. Foto: Hugo Harada.

Etapa final eletrizante

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O Atlético voltou com uma postura diferente. Passou a agredir, jogando no campo do Coritiba. Milton Mendes apostou em Giovanni e Edigar Júnio no lugar dos apagados Felipe e Ytalo. Ney Franco, que perdera Cáceres lesionado, esperava e pedia acerto nos contra-ataques.

Apesar da pressão, faltava mais chegada ao Furacão – essa dificuldade ofensiva era reforçada pela lesão na coxa de Walter – o centroavante jogava descontado desde os dez minutos do segundo tempo. A cartada final foi a entrada de Dellatorre na vaga de Coutinho. Só que o contra-ataque alviverde apareceu. E de forma impiedosa. No erro de Gustavo, Marcos Aurélio rolou para Ruy, que mandou para a rede. Vantagem coxa de novo.

Mas o jogo não tinha acabado. Walter escorou para a área, João Paulo, falhou e Edigar Júnio chutou com raiva. Faltavam pelo menos sete minutos para o apito final, o Atletiba estava 2×2 e tudo poderia acontecer. Lúcio Flávio reestreou no Coxa nesse momento eletrizante. Os dois times tiveram chances, Wellington Paulista e Norberto foram expulsos, mas o empate seguiu. Final de um clássico de muito bom nível, o melhor jogo que Curitiba viu em 2015.

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