O secretário-geral da ONU, Ban Ki-Moon, pediu que a crise política brasileira seja solucionada “o mais rapidamente possível” e que a Constituição e a democracia sejam respeitadas no processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff. Em um evento para marcar a entrada da chama olímpica na sede da ONU, foram as perguntas sobre a crise política no Brasil que dominaram o evento. Assim, Ban apelou pela “transparência” no processo no País.

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Apesar de alertar que o assunto era um problema interno nacional, Ban insistiu que “está seguindo o que está acontecendo no Brasil”. “Como secretário-geral da ONU, eu sinceramente espero que haja o resultado de um processo muito transparente e que siga os procedimentos democráticos e a Constituição. Isso é o que eu peço e o que espero das instituições democráticas do País nos próximos meses”, disse.

“Fiquei encorajado de ver a presidente Dilma Rousseff em Nova York, na cerimônia de assinatura do Acordo Climático. Como secretário-geral da ONU, minha única esperança é de que essa atual crise seja resolvida o mais rápido possível, de maneira transparente, com os procedimentos democráticos e constitucionais”, completou.

Thomas Bach, presidente do Comitê Olímpico Internacional, também reconheceu que o Brasil vive “um crise” e que a sociedade está “dividida”. Mas apostou que a chama olímpica e o evento vão “unir os brasileiros”. “Jogos Olímpicos são sempre desafiadores”, disse. “Os últimos meses são sempre mais difíceis”, afirmou.

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“O Brasil está numa situação difícil, um país com profundas divisões neste momento. Os Jogos, portanto, são uma grande oportunidade e todos podem estar orgulhosos por serem brasileiros. Estamos confiantes de que teremos uma Olimpíada excelente”, disse.

Bach, porém, se negou a comentar declarações da equipe de procuradores de que as obras do Rio-2016 serão as próximas a serem investigadas na Operação Lava Jato. “Não vou especular sobre as intenções de procuradores no Brasil. São independentes e tenho certeza de que vão trabalhar dentro das regras do País. Do meu lado, ouvimos dos organizadores e do ministro de Esporte que todos os trabalhos foram feitos de forma transparente e essa é a informação que confiamos”, disse.

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Com o País vivendo sua pior crise econômica em décadas, o governo brasileiro e os dirigentes esportivos usaram a cerimônia na ONU com a chama olímpica na manhã desta sexta-feira em Genebra para garantir que o evento será “economicamente sustentável”. “Como um país em desenvolvimento, tivemos muitos desafios na preparação dos Jogos”, disse o ministro do Esporte, Ricardo Leyser. “Mas quanto maior o desafio, maior o legado. Serão Jogos inesquecíveis”, garantiu.

Falando em nome da presidente Dilma Rousseff, Leyser insistiu que esporte, desenvolvimento e paz “são complementares”. “A chama representa os valores do esporte como forma de garantir a paz”, insistiu. “O Brasil está orgulhoso a ter os Jogos, pela primeira vez na América do Sul. Um povo que luta por sua dignidade”, afirmou.

O governo também deixou claro que, apesar da crise, o evento terá um impacto positivo. “O Rio-2016 é resultado de mais de uma década de investimentos sociais e em infraestrutura. Ela gerou emprego e revitalizou o Rio”, afirmou.

Leyser também minimizou o custo público do evento. “Apesar de envolver significativos investimentos públicos, ele foi pago essencialmente pelo setor privado. A fortaleza da economia brasileira e dos empresários foi crucial para o evento. Temos confiança de que os jogos serão economicamente e socialmente sustentáveis. Todo o país vai se beneficiar e o Brasil vai ser um melhor lugar para viver depois”, disse.

Carlos Arthur Nuzman, presidente do Comitê Organizador do Rio-2016, também insistiu no impacto econômico do evento. “Ele será economicamente sustentável e irá transformar o Rio. Prometemos um legado tangível. Os brasileiro farão grandes jogos e vão se sentir mais confiante. Os Jogos vão mostrar que o Brasil vai sempre sair de problemas mais fortes e comemoraremos”, disse Nuzman.

“O Rio está pronto para fazer historia. Ficamos mais fortes quando temos obstáculos”, completou. Segundo ele, os organizadores “não tem um segundo a perder”.