Depois de uma manhã que ficou marcada no Fluminense pela homenagem ao Altair, ídolo tricolor que faleceu em agosto e teve o seu nome fixado em uma placa para batizar um dos campos do CT do time carioca, a direção do clube anunciou, no início da tarde desta sexta-feira, que Marcão foi efetivado como técnico da equipe para a continuidade deste Brasileirão.
Ele vinha ocupando o cargo como interino após a demissão de Oswaldo de Oliveira, ocorrida no dia 27 de setembro, e agora foi confirmado no posto de forma definitiva. A decisão do clube foi oficializada após o elenco comandado por Marcão realizar o penúltimo treino de preparação para o clássico com o Botafogo, neste domingo, às 16 horas, no Engenhão, pela 23ª rodada da competição nacional.
“O Marcão é o treinador do Fluminense, dará seguimento no Campeonato Brasileiro. Ele será técnico do Fluminense enquanto entendermos que ele deva ser. Enquanto der certo, e nós entendemos que dará. O Fluminense não está procurando treinador. Desde a saída do Oswaldo, nunca procurou. Nossa ideia é ter o Marcão como treinador”, anunciou Paulo Angioni, diretor executivo do clube, em uma entrevista coletiva que também contou com participação do presidente Mário Bittencourt.
Após a demissão de Oswaldo de Oliveira, ocorrida um dia depois de uma forte discussão do técnico com o meia Paulo Henrique Ganso durante jogo contra o Santos, no Maracanã, Marcão dirigiu o Flu de forma interina na vitória por 2 a 1 sobre o Grêmio, no último domingo, no mesmo estádio.
E ele teve o seu valor como profissional reconhecido por Bittencourt nesta sexta, quando o dirigente também lembrou que já havia contratado o ex-jogador da equipe carioca para fazer parte de outra comissão técnica tricolor, há cinco anos. Antes disso, como atleta, ele vestiu a camisa tricolor de 1999 a 2005 e depois em 2006 após uma rápida passagem pelo futebol do Catar.
“Não gosto desses rótulos, de efetivado ou interino. Todo treinador que chegar estará dependendo do bom trabalho e dos resultados. O Marcão é um profissional que eu já havia trazido em 2014, quando fui vice-presidente, porque achei que seria um elo importante, por ser da casa, para falar do dia a dia. Hoje ele é o treinador do Fluminense. É um profissional que eu sempre gostaria de ter por perto”, ressaltou o dirigente. “Não só pela capacidade, mas pela história no Fluminense. Foi uma decisão do departamento de futebol que eu chancelei”, reforçou.
Bittencourt também fez questão de voltar a defender a posição de que Oswaldo não foi demitido pelo conflito com Ganso, mas por ter desrespeitado alguns torcedores com gestos obscenos na saída de campo após o jogo contra o Santos no dia 26 de setembro.
“O Oswaldo não saiu pelo problema que ele teve com o Ganso. Se deu pela relação insustentável dele, principalmente com o nosso torcedor. Já havia uma animosidade, mas o profissional entrou em rota de colisão e agiu de forma agressiva com o nosso torcedor. Não dá para ficar. Temos que suportar o momento de dificuldade sem agredir o nosso torcedor. Quando aconteceu aquilo, entendemos que era insustentável. Até porque ele não teria tranquilidade para trabalhar”, ressaltou.
HOMENAGEM E JUSTIFICATIVA – Poucas horas antes de oficializar Marcão como técnico efetivo, o Fluminense prestou homenagem a Altair em uma cerimônia que contou com a presença de Bittencourt e também dos ex-jogadores Jair Marinho e Peri, que foram companheiros de equipe do ex-lateral no clube e eram grandes amigos do atleta.
E na coletiva que deu após a placa com o nome de Altair ser desfraldada para batizar um dos campos do CT do clube, o presidente ressaltou que não está fazendo essa homenagem de maneira oportunista para valorizar a atual gestão tricolor.
“Queria deixar bem claro que não estamos politizando a nossa gestão. O conselho que está avaliando isso é o conselho anterior. O conselho que foi eleito comigo só toma posse em dezembro e assume em 2020. É a mesma situação da troca do nome do centro de treinamento, que foi pedido por um conselheiro que apoiou a chapa de oposição à nossa. Não há politização na nossa gestão. Temos muita coisa para fazer no clube e não temos tempo de politizar atos. Não houve participação do presidente do Fluminense. Não fizemos movimento em qualquer sentido”, assegurou.
Quarto jogador com mais partidas disputadas pelo Flu, com 551 ao total, Altair conquistou com o time três títulos cariocas, em 1959, 1964 e 1969, e duas taças do Torneio Rio-São Paulo, em 1957 e 1960. Neste longo período em que vestiu a camisa tricolor, ele também foi campeão mundial com a seleção brasileira em 1962, no Chile, onde figurou como reserva de Nilton Santos, ídolo histórico do Botafogo. Altair foi considerado por muitos, por sinal, o melhor marcador de Garrincha neste época em que encarou o lendário atacante nos clássicos entre os dois times.