Fluminense e Botafogo fizeram uma partida extremamente movimentada, neste domingo, no Engenhão. Um clássico animado, de muitos gols, lances polêmicos e arbitragem atribulada. Com direito a cavadinha fracassada de Loco Abreu em cobrança de pênalti e uma expulsão de cada lado. A vitória foi alvinegra por 3 a 2 e os botafoguenses retomaram a liderança do Grupo B, com 16 pontos. Com 15, os tricolores vão depender de tropeço dos rivais na última rodada a fim de evitar um confronto contra o Flamengo nas semifinais da Taça Guanabara – o primeiro turno do Campeonato Carioca.
“Tenho personalidade. Por isso eu sou o Loco, por isso jogo no Botafogo”, disse o atacante uruguaio, a respeito de sua frieza em cobrar dois pênaltis com cavadinha no mesmo jogo e converter somente o segundo. Depois de 20 minutos de pouca emoção e muita cautela de ambas as equipes, o primeiro tempo se transformou. Pelos gols, dois lances polêmicos e pela atuação terrível do árbitro Gutemberg de Paula Fonseca, que queria aparecer mais do que os jogadores. Ele expulsou erradamente Valencia, pelo segundo cartão amarelo, aos 41. Nos acréscimos, aplicou o vermelho direto em Marcelo Mattos em lance que merecia apenas a advertência inicial.
Mas antes disso, muita coisa aconteceu. Como o lindo gol de falta de Renato Cajá, aos 23 minutos. Logo em seguida, o meia carimbou a trave em belo chute de fora da área e seria dele mais um longo petardo que explodiu no travessão e pareceu quicar dentro do gol. O árbitro auxiliar, que fica atrás dos gols, não validou o lance.
Aos 30 minutos, Rafael Moura aproveitou a chance de começar como titular do Fluminense e marcou de cabeça, em cobrança de escanteio. Depois da expulsão de Valencia e do polêmico chute no travessão de Cajá, Rafael Moura mostrou oportunismo no seu segundo gol. Souza alçou na área, Fred resvalou e Jefferson deu rebote. O atacante, em posição duvidosa, chutou em cima do goleiro, mas a bola entrou no segundo momento.
O festival de gols e lances controversos continuou na segunda etapa. Aos 6 minutos, Rafael Moura puxou Loco Abreu dentro da área e o árbitro apitou acertadamente o pênalti. Loco Abreu cobrou de cavadinha e Diego Cavalieri nem se mexeu, executando a defesa com tranquilidade no meio do gol. O uruguaio teve nova chance aos nove. Novo pênalti, este inexistente, de Edinho em Bruno Tiago. Loco cobrou com meia cavadinha, mas desta vez no canto direito e deslocou o goleiro: 2 a 2.
Depois de um festival de cartões amarelos para o Fluminense, o Botafogo dominou o jogo. Renato Cajá, grande nome do clássico, deu um passe primoroso para Herrera recolocar o time alvinegro na frente. O jogo continuou aberto, com as duas equipes jogando ofensivamente. Loco Abreu perderia duas grandes oportunidades, com Diego Cavalieri aparecendo bem. Assim como Jefferson, que garantiu a vitória com três grandes defesas em conclusões de Araújo e Carlinhos.
Ficha técnica
Fluminense 2 x 3 Botafogo
Fluminense – Diego Cavalieri; Mariano, Gum, Leandro Euzébio (André Luís) e Carlinhos; Edinho, Valencia, Souza (Araújo) e Conca; Rafael Moura (Fernando Bob) e Fred. Técnico: Muricy Ramalho.
Botafogo – Jefferson; João Filipe (Arévalo), Antônio Carlos e Márcio Rosário; Alessandro, Marcelo Mattos, Bruno Tiago, Renato Cajá (Everton) e Márcio Azevedo (Somália); Herrera e Loco Abreu. Técnico: Joel Santana.
Gols – Renato Cajá, aos 23, e Rafael Moura, aos 30 e aos 44 minutos do primeiro tempo; Loco Abreu (pênalti), aos 10, e Herrera, aos 18 minutos do segundo tempo.
Cartões amarelos – Diego Cavalieri, Gum, Edinho, Souza, Rafael Moura e Fred (Fluminense); Alessandro, Márcio Azevedo, Herrera e Loco Abreu (Botafogo).
Cartões vermelhos – Valencia (Fluminense); Marcelo Mattos (Botafogo).
Árbitro – Gutemberg de Paula Fonseca.
Renda – R$ 389.735,00.
Público – 13.912 pagantes.
Local – Estádio Olímpico João Havelange (Engenhão), no Rio de Janeiro (RJ).