Depois de anunciar a sua saída do Grêmio no dia 24 de janeiro para acertar a sua transferência para o Valencia, da Espanha, o atacante Jonas resolveu se pronunciar sobre o assunto nesta terça-feira. Em carta publicada por sua assessoria, o jogador se desculpou com os torcedores gremistas pela forma com a qual se despediu do clube dentro de campo, em partida contra o São José, pelo Campeonato Gaúcho.

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No dia 21 do mês passado, irritado com vaias direcionadas a ele, o atleta comemorou um gol contra o São José gesticulando de forma ofensiva e proferindo palavrões. Agora jogador do Valencia, ele lamentou a sua atitude. “Esses dois últimos anos (2009 e 2010) ficaram marcados na minha carreira em função dos acontecimentos dentro de campo e da minha relação com a torcida do Grêmio, uma torcida fantástica e que faz a diferença na hora do jogo. Todos os gols que fiz procurei dividir com os torcedores porque são eles que fazem o futebol ser tão vibrante e apaixonante. E é por ter essa relação muito boa que lamento o fato ocorrido na partida contra o São José. Não posso negar que, mesmo sabendo que vaiar o time é direito de qualquer torcedor, acabei ficando muito chateado com as vaias direcionadas a mim e aos meus companheiros, ainda que tenham partido de uma minoria no estádio”, disse o atacante, que terminou o último Campeonato Brasileiro como artilheiro isolado, com 23 gols.

Em seguida, Jonas garantiu que a sua atitude não teve relação com a sua ida para o Valência. “Apesar de não concordar com a atitude de alguns (torcedores), tenho consciência de que a minha reação não se justifica e não deve servir de exemplo. A relação torcida-equipe deve ser sempre a melhor possível. Como ser humano falível, acabei extravasando de maneira inadequada. Aproveito para deixar bem claro que o episódio não teve influencia alguma na decisão de aceitar a proposta do Valencia, que, repito, naquele momento não estava nos nossos planos”, reforçou.

Jonas ainda assegurou que pretendia disputar a Copa Libertadores pelo Grêmio e depois realizar o sonho de jogar no futebol europeu, mas ele alega que a proposta feita pelo Valencia era irrecusável e o clube espanhol exigiu a sua saída da equipe gaúcha antes do início da competição continental.

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“Aconteceu tudo muito rápido. Foi uma decisão difícil, porque me sentia muito bem no Estádio Olímpico e tentávamos ajustar a renovação (de contrato), justamente no melhor momento da minha carreira. Eu vinha conversando com os dirigentes do Grêmio para compormos uma situação que fosse um pouco semelhante ao que estavam me oferecendo na Europa. Existia uma proposta antiga do Valencia, mas que não havia evoluído. No entanto, com a proximidade do fechamento da janela de transferências, o clube espanhol retomou as negociações com força e de maneira sólida, fazendo uma nova proposta. Desta vez, praticamente irrecusável. Eu joguei na sexta e já estava pensando na quarta-feira, dia da estreia na Libertadores, mas, para minha surpresa, o desfecho acabou ocorrendo entre o sábado e o domingo. Tentei permanecer até o meio do ano, mas os dirigentes do Valencia não aceitaram a minha solicitação”, explicou.

O atacante, porém, admitiu que ele não poderia perder a chance de atuar pelo Valencia, tendo em vista o fato de já ter 27 anos e precisar aproveitar a melhor fase da sua carreira. “Nunca neguei que jogar em um grande clube da Europa era um dos meus objetivos profissionais e também fazia parte do meu projeto de vida. Vou completar 27 anos em 2011 e quem conhece o mercado sabe que é muito difícil ser contratado por um clube de ponta de um país como a Espanha com essa idade. Foi uma grande oportunidade que surgiu. Assim, estou realizando um sonho em um momento crucial de minha carreira. Quanto mais o tempo passasse, mais difícil ficaria para que eu pudesse atingir esse objetivo”, enfatizou.

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IMORTAL TRICOLOR – Nos dois tópicos finais de sua carta aos torcedores, Jonas fez questão de estreitar a sua relação com a massa gremista e com o clube, destacado por ele em letras maiúsculas com o apelido de Imortal Tricolor Gaúcho. “Da mesma maneira que vou lembrar com muito carinho do torcedor gremista por tudo de positivo que ele sempre fez, espero também poder ser lembrado pela dedicação que sempre tive, pela disposição em defender a camiseta do Grêmio até o último segundo de cada partida e pelos gols que marquei. Ter o nome inserido na lista dos principais artilheiros de um clube dessa grandeza é algo que vou levar para o resto da minha vida”, assegurou.

“Diante de tudo o que foi sinceramente comentado, gostaria de agradecer a todos aqueles com quem acabei construindo relações profissionais e pessoais durante os três anos e meio em que estive vinculado ao IMORTAL TRICOLOR GAÚCHO (sic)… Sempre vou levar o Grêmio no meu coração”, finalizou a carta.