Em busca de um “lugar ao sol” no Coxa

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Marciano trancou o curso de
Direito pra jogar no Coritiba.

Eles chegaram. Se ainda não apareceram os "medalhões", o Coritiba apresentou ontem quatro reforços para a temporada – o meia Odair e os atacantes Marcelo, Luiz Carlos e Marciano.

Eles, a princípio, chegam para compor o elenco, mas todos levam a expectativa e a esperança do técnico Antônio Lopes. E sabem que esta é a oportunidade mais clara da carreira – para o quarteto, chegou a hora de aparecer no futebol brasileiro.

É o caso do mais "valorizado" da turma, o atacante Marciano. O piauiense de Oeiras está ganhando a chance que tanto procurava. "Eu lutei muito para chegar até aqui. Não saí do Piauí para fracassar na carreira", afirma ele, com extrema confiança. "Tenho certeza que a torcida do Coritiba vai lembrar de mim no final do meu contrato. Vim para fazer gols e conquistar títulos pelo clube", garante. "Ele é um jogador de velocidade, um tipo que precisávamos dentro do elenco", afirma o Delegado.

Marciano é um jogador ?sui generis?. Apesar de jovem (23 anos), ele é muito conhecido no Nordeste, tanto que vários clubes da região se interessaram pela sua contratação – os apelidos do atacante por lá são "o intergalático" e "interplanetário". Assim como tantos conterrâneos, ele busca seu caminho no "Sul Maravilha". "Todo jogador quer encontrar seu caminho. E eu sabia que, se viesse para o Sul ou para o Sudeste, teria chances de brilhar. É isso que quero fazer agora", diz.

Ele chegou a trancar o curso de Direito que fazia. "Parei para me dedicar completamente ao futebol", explica Marciano, que não perdeu tempo e já perguntou ao presidente Giovani Gionédis como poderia fazer para transferir seu estudo para Curitiba. "Já fiquei com inveja dele", brinca Roberto Brum, que deseja voltar a estudar.

O outro atacante de velocidade é Marcelo, que aproveitou um jogo-treino do Coxa com o Malutrom para mostrar serviço. "Para mim, todo jogo é encarado da mesma maneira. Por isso dei tudo naquela partida e vou continuar assim no Coritiba", diz ele, que foi o destaque do Caçula na temporada passada. "Eu vim para o Coritiba para marcar gols, e vou tentar fazer isto", promete.

Luiz Carlos é o jogador "de referência" pedido por Antônio Lopes. "Ele foi bem no Bangu, e teve uma passagem muito boa no Kuwait", comenta o treinador, citando os 27 gols que ele marcou em 25 jogos pelo Al-Shabbab. O centroavante já tinha sido sondado pelo Coxa anteriormente, mas o negócio não andou por causa de uma operação no joelho. "Agora, eu venho para ficar, e espero ter oportunidades de jogar", festeja.

Odair assinou contrato após 45 dias de avaliação. "Eu treinei bastante para mostrar meu potencial e provar que eu era útil para o Coritiba", comenta o armador, que recebeu elogios de Lopes. "É um jogador de muita técnica, e que pode nos ajudar em alguns momentos", afirma o técnico alviverde. "Para mim é um presente de final de ano. Espero honrar a camisa do Coxa", finaliza.

Sem priorizar competições

A reapresentação do Coritiba aconteceu em "blocos". Os jogadores foram separados em grupos para realizar os exames cardiológicos (em uma clínica próxima do Couto Pereira), fisiológicos e os testes físicos. O dia-a-dia dos jogadores será assim até sábado, quando o grupo inicia a pré-temporada propriamente dita, com reclusão em um hotel em Quatro Barras. A partir de segunda, iniciam os treinos físicos e técnicos.

Para o preparador físico Róbson Gomes, esta é a melhor maneira de trabalhar. "Como temos pouco tempo, o ideal é fazermos treinos combinados, e o professor Lopes concordou plenamente", explica o fisicultor, que retornou a Curitiba depois de um ano fora – e após recusar uma proposta vantajosa do Botafogo. "Eu estou na minha casa. Por isso quis voltar, pelo carinho que todos têm por mim e pela estrutura que o Coritiba oferece", comemora.

O tempo é curto – para a estréia no paranaense, dia 19, no Pinheirão, contra o Engenheiro Beltrão, faltam menos de duas semanas. "Nós teremos que preparar a equipe para jogos próximos. Então, o cuidado é fazer com que o elenco esteja sempre bem, mas atingindo o auge próximo das finais dos campeonatos", afirma Róbson Gomes. Antônio Lopes já sabe, inclusive, que terá um jogo-treino com o Malutrom no dia 15.

E o Delegado pensa com carinho nas duas competições deste início de temporada. "É nossa obrigação tentar conquistar o tricampeonato estadual, mas a Copa do Brasil é um torneio muito bom, porque leva à Libertadores. E temos que saber jogar o ?mata-mata?. Se fizermos isso, teremos um caminho mais rápido para o retorno às competições internacionais", finaliza o técnico.

Gionédis promete "presente" para Lopes

O técnico Antônio Lopes não demonstrava preocupação com as saídas de Juninho, Ataliba, Alemão, Reginaldo Nascimento e Alexandre Fávaro (outro que está indo para o Botafogo). Ele festeja a manutenção da base e o reforço da comissão técnica com a volta de Róbson Gomes. Mesmo assim, ele quer mais – e espera pelo menos mais dois reforços. E um seria o "prometido" pelo presidente Giovani Gionédis.

O primeiro é um centroavante, posição carente desde a saída de Tuta. "Nós temos o André (Nunes), que está na Copa São Paulo, e o Luiz Carlos, que está ganhando a primeira chance em um clube grande. Por isso, precisamos de pelo menos mais um homem de referência", explica o Delegado. Ele não quis citar nomes, mas deu as características do reforço desejado. "Tem que ser como o Washington, como o Tuta, como o Grafite. É de caras assim que a gente precisa", afirma ele. Luís Cláudio e Cadu, ambos ex-Vasco, são opções.

O "presente" de Gionédis seria um armador canhoto. "É um jogador diferenciado, e nós estamos sem um jogador canhoto desde que o Éder foi embora. Tive que improvisar o Ricardinho ali no final do brasileiro", lembra Antônio Lopes, que parece animado com a possibilidade da contratação. "É um jogador muito bom, mas precisamos acertar as bases financeiras. Se vier, é uma surpresa boa para a torcida e até para vocês (da imprensa)", desconversou o treinador coxa. Rodrigo Fabri, do Atlético-MG, se encaixa nas características – inclusive em uma possível dificuldade no acerto.

Se estes não foram anunciados ainda, o filho de Zico, Thiago Coimbra, chega mesmo na segunda. "Ele tem muita qualidade, pelo que o Edu (Coimbra, ex-técnico do Coxa e irmão do Galinho) me falou. Mas é um jovem franzino, precisa ainda ser trabalhado e lapidado", explica Lopes. Ele virá já com contrato, sem passar pelo período de testes. "Vamos conversar com o Zico para definir os detalhes do acerto", confirma o coordenador técnico Sérgio Ramirez.

Para o Delegado, os reforços vão "acertar" uma equipe já adiantada. "Nós temos oito titulares do ano passado mantidos no grupo, sem contar o restante do elenco. Este é um passo decisivo para a nossa preparação. Posso começar a trabalhar taticamente a equipe sem preocupações, só preocupado em encaixar as novas peças, como o Marquinhos", explica o treinador.

Nada

Se Fávaro está indo para o Rio, o lateral Adriano segue sem propostas para deixar o Coritiba. O lateral-esquerdo se reapresentou normalmente, e o técnico Antônio Lopes pensa em utilizá-lo no paranaense e na Copa do Brasil. "Enquanto não me passarem nada, certamente vou colocá-lo para jogar", resume o Delegado.

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