O Santos entra em campo, nesta quinta-feira, no seu melhor momento neste início de temporada. Embalado por uma sequência de três vitórias no Campeonato Paulista e pela grande fase do seu artilheiro, o time encara o Real Garcilaso, às 19h15 (horário de Brasília), em Cuzco, para a sua estreia na fase de grupos da Copa Libertadores.
Após um começo irregular do Santos em 2018, o técnico Jair Ventura conseguiu encontrar seu time-base, mesmo sem poder contar desde a primeira rodada do Paulistão com o atacante Bruno Henrique, ainda em recuperação de lesões no olho, e levou a equipe a emplacar três triunfos em sequência, um deles em clássico contra o São Paulo.
Essa série foi embalada pela grande fase de Gabriel Barbosa, o Gabigol. O atacante marcou quatro gols nos quatro jogos que disputou desde que voltou ao Santos, cedido por empréstimo pela Inter de Milão. Mas acabou se tornando problema de última hora por causa de dores provocadas por uma pancada recebida no jogo de domingo com o Santo André. Não deve ser, no entanto, problema para a estreia santista na Libertadores.
Se o ataque já conta com um artilheiro, o sistema defensivo também não vem mais trazendo preocupações a Jair, tanto que o time não foi vazado nesta última sequência de vitórias. E ele ainda terá retornos importantes ao time, do volante Renato e do atacante Copete, que não enfrentaram o Santo André no fim de semana.
O cenário santista, portanto, é bom, mas os jogadores sabem que ainda precisam fazer muito mais para que seja possível afastar de vez a desconfiança do começo do ano, quando o time sofria com a saída de vários nomes de peso. “Ainda temos que melhorar muita coisa. Vamos trabalhar para conseguir nossos objetivos”, disse David Braz.
Ainda que seja apenas a estreia, o jogo com o Real Garcilaso é importante para o Santos por ser contra o único participante do Grupo 6 que nunca foi campeão da Libertadores – o uruguaio Nacional e o argentino Estudiantes completam a chave. Por isso, os duelos com o time peruano podem ser um fator desequilibrador no momento de definição dos classificados às oitavas de final.
Os efeitos da altitude de cerca de 3.400 metros de Cuzco são a maior preocupação do Santos, com a comissão técnica optando por nem realizar treinos no local do jogo. O time, aliás, tem má lembrança da sua última passagem pela cidade, em 2003, quando foi eliminado pelo Cienciano nas quartas de final da Copa Sul-Americana. Naquela oportunidade, o time peruano tinha o argentino Óscar Ibáñez como seu goleiro – hoje, ele é o técnico do Real Garcilaso.
Em razão da altitude, as finalizações de fora da área preocupam o Santos para o duelo desta quinta-feira. “Sabemos que o chute de fora da área parece que está na entrada da área por causa da força da altitude. São detalhes que estão no nosso conhecimento. Temos que superar tudo isso em busca de uma vitória na estreia”, avisou Jair.
O time peruano se classificou à Libertadores ao ser vice-campeão peruano em 2017. Mas o time não faz boa campanha neste ano, com apenas quatro pontos somados nas quatro rodadas iniciais, o que inclui a derrota para o Academia Cantolao no seu compromisso anterior. Mas o Real Garcilaso espera superar a fase irregular com uma vitória sobre um rival de peso.
“Vamos enfrentar um campeão da Libertadores. Temos que jogar bem porque temos a altitude conosco”, disse o meio-campista Jhonny Vidales, revelando que os efeitos do ar rarefeito serão explorados pelo Real Garcilaso, que está de volta à Libertadores após quatro anos sem disputá-la.