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Em assembleia extraordinária no Rio, COB pode afastar Carlos Arthur Nuzman de vez

A prisão preventiva de Carlos Arthur Nuzman e a suspensão imposta pelo Comitê Olímpico Internacional (COI) ao Comitê Olímpico do Brasil (COB) devem apressar uma mudança que estava prevista para acontecer somente em 2020: a sucessão na presidência da entidade nacional. Nesta quarta-feira, representantes de 30 confederações esportivas se reúnem na sede do COB, no Rio, para discutir as consequências da Operação Unfair Play para o esporte brasileiro e tentar recolocar o comitê nos trilhos – já sem Nuzman no controle.

A convocação de uma assembleia extraordinária foi feita pelo presidente em exercício, Paulo Wanderley Teixeira. Ele é vice de Carlos Arthur Nuzman no COB e estava sendo preparado para assumir o comando da entidade em 2020, quando encerra o atual mandato do cartola – o sexto consecutivo. A prisão de Nuzman, porém, vai acelerar o processo de sucessão.

A mudança no comando do COB já é defendida abertamente por alguns dos dirigentes das confederações filiadas. O mais enfático é Marco Aurélio de Sá Ribeiro, presidente da Confederação Brasileira de Vela (CBVela). “A renúncia do Nuzman vai ajudá-lo porque ele vai ficar livre para se concentrar em sua defesa, além de dissociar (a investigação) do COB. É importante para que o esporte siga sua trajetória natural”, defendeu Marco Aurélio.

Além da saída de Carlos Arthur Nuzman, o presidente da CBVela já comunicou ao COB e a presidentes de outras confederações que vai apresentar na assembleia desta quarta-feira outras duas propostas: a convocação de uma assembleia estatuinte para “modernizar” todo o estatuto da entidade e a realização de novas eleições.

O pleito, porém, aconteceria apenas em julho do ano que vem. “Primeiro, temos de modernizar o estatuto para que as novas eleições sejam feitas de acordo com ele”, sustentou Marco Aurélio de Sá Ribeiro. A principal mudança, a seu ver, seria a possibilidade de qualquer pessoa concorrer à presidência – atualmente, apenas membros do COB há pelo menos cinco anos podem ser candidatos. “O Bernardinho, por exemplo, não pode concorrer pelas regras atuais. Seria uma honra ter um Bernardinho, um Lars Grael, como presidente do COB”, exemplificou, citando esportistas históricos do vôlei e da vela.

A ideia dele não é mudar tudo de uma hora pra outra, senão seria um caos na sua visão. O discurso é acompanhado por Mauro Silva, presidente da CBBoxe. “Não é porque tem uma situação que não é boa que vamos chegar no COB e fazer uma revolução. Basta ter equilíbrio. Justiça cuida do que tem de cuidar. E nós temos de cuidar do esporte nacional”, avisou.

SUCESSÃO – Paulo Wanderley Teixeira assumiu a presidência interina do COB no último final de semana, quando Carlos Arthur Nuzman encaminhou pedido formal de afastamento do comando da entidade. Ele presidiu a Confederação Brasileira de Judô (CBJ) por 16 anos. Agora, deverá seguir à frente do COB pelo menos até a realização de novas eleições. Isso porque Nuzman não especificou o tempo de afastamento, que pode ser de 120 dias prorrogáveis por igual período. Assim, seriam oito meses no total – justamente o prazo sugerido por Marco Aurélio de Sá Ribeiro para a realização de novas eleições.

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