As boas atuações da oposto Tifanny Abreu na Superliga Feminina de Vôlei estão colocando a jogadora mais perto de uma convocação para a seleção brasileira. Ela está no radar do técnico José Roberto Guimarães, que reconhece o talento dela como atacante e sabe que poderia ser útil para a reserva de Tandara na posição.

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Nesta sexta-feira, ela vai tentar ajudar o Vôlei Bauru diante do favorito Dentil/Praia Clube, melhor equipe da fase de classificação na Superliga. O duelo no ginásio Panela de Pressão, em Bauru, às 19 horas, será o maior desafio da atleta desde que assinou com a equipe. Tifanny já marcou 281 pontos, com a média de 5,51 pontos por set, a melhor da competição.

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Se for chamada, Tifanny seria a primeira trans a atuar internacionalmente, ainda mais em uma seleção que está entre as melhores do mundo. Zé Roberto evita falar sobre convocação neste momento, até porque a fase final da Superliga está começando e sua equipe, o Hinode Barueri, terá uma disputa complicada contra o Vôlei Nestlé, de Osasco.

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Mas o treinador já reiterou diversas vezes que qualquer atleta pode ser convocada. “Se ela é elegível pelo COI, pela FIVB e pela CBV, ela é elegível para qualquer coisa. Não cabe a nós ficarmos discutindo isso”, avisou o comandante. Pelas regras da Federação Internacional de Voleibol (FIVB), não existe qualquer impedimento para ela atuar na seleção feminina.

A entidade informa que a classificação de gênero é feita pelas autoridades do país, que emitem a documentação sobre o assunto. Outro ponto é a elegibilidade da jogadora, que no momento está apta também. Comitê Olímpico Internacional (COI) vai conversar novamente sobre os parâmetros para atletas trans no esporte, mas Tifanny está apta.

Ela fez a cirurgia para mudança de sexo – algo que o COI não vê como obrigatório – e mantém a taxa de testosterona bem abaixo dos 10 nmol por litro permitidos – a dela é 0,2 nmol/l. Então, pelas diretrizes estabelecidas, ela está dentro da lei e pode representar o Brasil. Para Tifanny, ser convocada para a seleção seria um sonho.

Quando enfrentou o time de Zé Roberto na primeira fase da Superliga, marcou 36 pontos. “É sempre bom mostrar serviço, ainda mais para o técnico da seleção, até porque não descarto um dia estar ali ajudando a seleção. Eu vou continuar fazendo meu melhor e, se um dia eu for chamada, espero poder ajudar”, comentou.

Na ocasião, Zé Roberto elogiou o empenho da atleta. “Nós estudamos a forma como a Tifanny joga, mas ela tem uma variação de golpes bastante grande. É difícil marcá-la. Ela sabe o que está fazendo o tempo inteiro, de qualquer posição, é uma jogadora bastante interessante. Ela pega a bola um pouco mais alto, então a defesa e o bloqueio precisam se ajustar melhor.”

O bom momento da atleta também elevou seu patamar na Superliga. Para a próxima edição, ela passará a valer sete pontos, assim como outras jogadoras da seleção brasileira: a levantadora Dani Lins, as centrais Fabiana e Thaisa, as ponteiras Fernanda Garay, Gabi Guimarães e Natália, e a oposto Tandara. Pelas regras do ranking, cada equipe só pode ter duas atletas de sete pontos no elenco.