Em 12 pontos no Willie Davids, Paraná só somou um

Terminou de maneira melancólica a série de jogos do Paraná Clube em Maringá. Além de sofrer outra derrota, desta vez para o Palmeiras, por 3 a 1, o Tricolor mostrou, ontem um futebol muito distante daquele que o colocou entre os primeiros da competição. O terceiro revés consecutivo do time paranaense deixa a torcida preocupada e coloca em xeque a qualidade do elenco paranista, questionada pelo próprio técnico tricolor.

Na saída do gramado, Luiz Carlos Barbieri, transtornado pelo baixo rendimento da equipe, colocou a boca no trombone: ?A gente olha pro banco e as opções são mínimas. Não tem jogadores de reposição que possam mudar o panorama da partida?, disparou o treinador paranista, que também reclamou muito dos erros da defesa. E não é para menos. A zaga tricolor, que até então era a melhor do Brasileirão, sofreu nove gols nos últimos três jogos.

Sem criatividade no meio-campo e errando muitos passes, o Paraná foi dominado durante quase toda a partida pela equipe do Palmeiras, que impôs seu ritmo desde o início do jogo. Em apenas dez minutos, o time paulista criou quatro chances de gol, que exigiram boas defesas de Darci.

Aos 16 minutos, o domínio palmeirense deu resultado. Juninho recebeu uma bola no meio-campo, avançou sem marcação e acertou um belo chute, no ângulo, sem chances para o goleiro tricolor.

O gol alviverde acordou o Paraná. Quatro minutos depois, Borges recebeu passe na área e bateu cruzado, mas Sérgio defendeu. Aos 28, Neto reacendeu a esperança dos tricolores. Ele avançou pela direita e, com dois cortes, deixou Fabiano caído antes de marcar o golaço, tocando no canto direito de Sérgio.

O Paraná ainda teve duas boas oportunidades de virar o jogo, com Thiago Neves e Borges, mas o primeiro tempo terminou mesmo em 1 a 1. ?Começamos muito mal, mas depois do gol tudo começou a dar certo?, disse Thiago, na saída para os vestiários. ?O time melhorou e podemos conseguir a vitória?, acreditava Beto.

Mas o segundo tempo reservava maus momentos para a torcida tricolor. O Palmeiras mandou totalmente no jogo e perdeu a oportunidade de voltar de Maringá com uma goleada. Logo aos 7, Gioino foi lançado na área e tocou para Juninho, que entrou no meio da defesa para colocar os paulistas de novo em vantagem.

Quase não houve tempo para reação e o Paraná tomou um golpe fatal. Aos 12, Daniel Marques sofreu falta de Diego Souza, se irritou, chutou o jogador palmeirense, que estava caído, levou cartão vermelho e uma bronca do treinador: ?Foi uma expulsão infantil, que acabou nos prejudicando. Vou ter uma conversa séria com o Daniel?, disse Barbieri, depois da partida.

Com um homem a menos, o Paraná não teve forças para se reerguer. Ao contrário, se tornou uma presa fácil para os contra-ataques alviverdes. Washington chegou a marcar de cabeça, aos 25, mas o juiz marcou impedimento do atacante paulista. Mas aos 33 não teve jeito. Marcinho avançou pelo meio e soltou uma bomba, no canto direito de Darci, que nada pôde fazer.

O time paulista ainda teve mais três chances claras de marcar, antes de terminar o jogo trocando passes no meio-campo, para a alegria da torcida maringaense, que mais uma vez gritou olé contra o time paranista. Em quatro jogos em Maringá, o Paraná não conseguiu uma vitória sequer. Empatou com o Santos e perdeu para Corinthians, São Paulo e Palmeiras. Em todos jogos, a torcida local apoiou em massa os times paulistas. De positivo ficaram apenas os R$ 600 mil arrecadados com a venda dos jogos para a cidade do interior.

A história pode se repetir no dia 2 de novembro, pela 32.ª rodada. A diretoria tricolor estuda a venda da partida contra o Internacional para Cascavel. Lá, a grande maioria da torcida deve ser pelos gaúchos.

Com a derrota de ontem, o Paraná permanece com 38 pontos e cai para o sétimo lugar na classificação. O Tricolor volta a campo no próximo sábado, quando enfrenta a Ponte Preta, em Campinas.

Sandro e Maia estão na mira

O meia Sandro é a ?bola da vez? para o Paraná Clube. O jogador disputou a Série B pelo Ituano e tem seus direitos federativos vinculados ao URT, de Minas Gerais. A diretoria tenta acelerar a negociação para evitar que a história recente envolvendo atletas do Ituano se repita. O Tricolor e a LA Sports chegaram a anunciar Joelson e Juliano Koagura no início do Brasileiro, mas nenhum deles foi liberado pelo empresário Oliveira Júnior, ?dono? do clube paulista, eliminado da seqüência da Série B. Outro que está nos planos e pode ser anunciado esta semana é o atacante Maia, do Gama, que no sábado marcou dois gols.

O início da semana, ao que tudo indica, será marcado pela chegada de pelo menos dois reforços, apesar das negativas dos dirigentes. Na sexta-feira, o vice de futebol José Domingos afirmou que o clube não investiria em novas contratações e que o elenco estava ?fechado?. O blefe não colou. O Paraná Clube ainda busca um atacante e um meia para fortalecer o grupo, hoje composto por apenas 25 jogadores. ?Precisamos de qualidade, mas também de quantidade?, comentou o técnico Luiz Carlos Barbieri.

Ao negar chegada de novos jogadores, o objetivo dos dirigentes era fazer com que o foco do time ficasse exclusivamente no jogo de ontem. Na onda de boatos, antigos nomes – como Wando e Fábio – voltaram a circular. Isso sem contar o meia Fantick, que no ano passado chegou a ser anunciado, mas acabou indo para o Caxias. Hoje no Joinville, que disputa a Série C, Fantick nunca conseguiu projeção além fronteiras catarinenses. Tanto que seu nome é o terceiro na hierarquia das opções.

Sem recursos financeiros para trazer jogadores de ?primeiro escalão?, o Tricolor vai em busca de atletas jovens e em busca de projeção nacional. Perfil que já descartaria Fantick (apesar da aprovação da comissão técnica). Essa política norteou a montagem do atual elenco paranista. A mira dos dirigentes continua apontada para o interior paulista e para equipes recém-eliminadas da Série B. Como o Paraná não paga pelo empréstimo de atletas, sua moeda de troca continua sendo a colocação do jogador na ?vitrine? que é a Série A, em troca de um percentual de transações futuras.

?Vi muitos nomes e alguns até foram sondados. Mas posso garantir que nenhum desses jogadores citados virá para o Paraná?, disse o diretor de futebol Durval Lara Ribeiro.

Campeonato Brasileiro
25.ª rodada
Gols: Juninho, aos 16?, e Neto, aos 28 do 1.º tempo. Juninho, aos 7?, e Marcinho, aos 341 do 2.º tempo.
Árbitro: Giulliano Bozzano (DF).
Assistentes: César Augusto de Oliveira Vaz e Renato Miguel Neto (DF).
Cartões amarelos: Neto, Aderaldo, Vicente (Paraná), Marcinho Guerreiro, Marcinho e Gioino (Palmeiras).
Cartão vermelho: Daniel Marques.
Público: 18.943 pagantes.
Renda: R$ 501.861,00.
Local: Willie Davids, em Maringá.

PARANÁ 1 x 3 PALMEIRAS

Paraná – Darci; Aderaldo, João Paulo e Daniel Marques; Neto, Rafael Muçamba, Beto, Thiago Neves e Vicente (Edinho); André Dias (Mário César) e Borges. Técnico: Luis Carlos Barbiéri.

Palmeiras – Sérgio; André Cunha, Daniel, Gamarra e Fabiano (Cristian); Correia, Marcinho Guerreiro, Juninho (Pedrinho) e Diego Souza; Marcinho e Gioino. Técnico: Emerson Leão.

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