Calma, como se esperava. Sem alarde e sem novidades, o Coritiba se reapresentou ontem para o início do trabalho de pré-temporada visando o ano que vem – a primeira fase vai até o dia 20. E enquanto o técnico Paulo Bonamigo e o preparador físico Róbson Gomes iniciavam os treinos, os jogadores mais procurados davam novas explicações (ou nem tanto) sobre seus futuros. Apenas três atletas desfalcaram o “primeiro treinamento” de 2003, que ainda foi cercado de mistério e de dúvidas.
A ausência mais rumorosa foi a de Da Silva, que não deu nenhuma explicação. Isso praticamente assegura o que já se comentava – só um milagre faria com que o atacante permanecesse no Alto da Glória. “Era o que se esperava”, disse o secretário Domingos Moro. “Se o procurador dele prometia vir a Curitiba para conversar conosco e não vinha, era de se esperar que o Da Silva não comparecesse”, completou o dirigente. De resto, apenas ausências justificadas: Reginaldo Nascimento curtia a filha recém-nascida e Jabá foi liberado para ficar no Piauí até o dia 16.
Já muitos dos que voltaram ainda não sabiam qual seria o destino para o ano que vem. O mais indefinido deles era Lúcio Flávio, que voltou dizendo que quer ficar no Coritiba. “Se o meu desejo valer, quero ficar. O Coritiba está mantendo a base do ano passado e tenho certeza que se isso acontecer a melhor coisa para mim é renovar”, afirmou o meio-campista. Mas não é tão simples, já que a primeira proposta de renovação feita pelo Cori não teria agradado – o que aumenta ainda mais as chances de ele ir para o Atlético-MG.
Tcheco também não sabe se fica ou se vai, apesar de ter já acertado suas bases salariais semana passada. “Fiquei sabendo que há uma proposta de um clube francês”, disse o jogador. Segundo fontes ligadas ao Malutrom, essa seria a primeira proposta concreta de venda do jogador, o que interessa ao clube de São José dos Pinhais. “Eu vou ficar esperando, até porque quero ficar no Coritiba”, garantiu.
Para Fernando, a expectativa é da resolução da confusão burocrática que envolve a sua renovação. Ele reuniu-se ontem com a diretoria alviverde para acelerar a rescisão de seu contrato. “Preciso disso para conseguir a liberação do Grêmio”, explicou. E o lateral Reginaldo Araújo não confirmou, mas a proposta do Paysandu existe, e a direção coxa espera a chegada do procurador Fernando César para definir se ele fica ou não.
No meio de tudo isso, Bonamigo espera contar com o grupo definido a partir do dia 2 de janeiro. “Isso é fundamental para que consigamos montar um time para o paranaense e para o brasileiro”, disse o treinador coxa. Ele disse ter consciência de que o Cori precisa de reforços. “Nós sabemos das carências que a equipe tem e que precisam ser corrigidas”, afirmou.
Mas, enquanto os reforços não vêm, o treinador pensa em adiantar o processo de ajuste do elenco. “Essa primeira parte de trabalhos serve para que já avancemos na preparação do elenco, pois depois teremos ainda mais 24 dias em janeiro para acertar o time”, avaliou Bonamigo. “Esse tempo a mais que temos precisa ser aproveitado. A preparação que fizemos antes do brasileiro nos deu força para fazer uma boa campanha”, finalizou o volante Roberto Brum.