Com a proximidade da final da Copa do Mundo, a lembrança dos conturbados momentos que antecederam a decisão de 1998, na Franca, voltou a pairar sobre a seleção brasileira. A crise convulsiva que Ronaldo teve horas antes do jogo contra os franceses e até hoje não esclarecida é, de certa forma, um assunto tabu.

  Todos fazem questão de dizer que o episódio faz parte do passado e só após muita insistência é que aceitam falar um pouco mais sobre de que maneira a lembrança dos tensos momentos pelos quais o atacante passou há quatro anos pode influenciar na decisão deste domingo contra a Alemanha.

  Ronaldo, o protagonista do episódio, evita fazer qualquer comentário a respeito. ?Espero sair dessa partida e voltar para o Brasil como campeão. O resto é conseqüência?, disse, laconicamente, quando questionado se o ocorrido naquele 12 de julho poderia influenciar seu desempenho contra a Alemanha.

  Do time que tentará o pentacampeonato no domingo, seis jogadores estavam na final que o Brasil acabou perdendo por 3 a 0 para a França: além de Ronaldo, o lateral e hoje capitão Cafu, o atacante Rivaldo, o meia Denílson, o goleiro reserva Dida e o lateral-esquerdo Roberto Carlos.

  O jogador do Real Madrid também tentou desconversar quando o assunto final de 98 foi tocado na entrevista depois do treino desta sexta-feira. ?Nem me lembro disso?, foi a resposta imediata. Aos poucos, porém, Roberto Carlos, que dividia o quarto com Ronaldo na concentração durante a Copa da França e o primeiro a perceber que o companheiro passava mal naquele dia, fazia até brincadeira com o assunto. ?Se ninguém passar mal no dia anterior, não teremos problemas nenhum nesta final. Ainda bem que os quartos hoje são individuais. Se tivesse que dividir com ele, pularia fora?, brincou.

  Segundo o reserva Belletti, é com esse bom humor que a crise de Ronaldo na final de quatro anos atrás é tratada pelos jogadores do atual grupo. ?O episódio é lembrado só na brincadeira. Ficam perguntando quem será que vai dormir com o Ronaldo.?

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