Os filiados à Federação Paranaense de Futebol ‘decidem’ amanhã, o novo presidente da entidade para os próximos quatro anos. Se nenhuma novidade ocorrer até o horário da Assembleia Geral da FPF, prevista para as 9h30 do sábado, no entanto, a decisão será mera formalização da reeleição de Hélio Cury, uma vez que apenas a sua chapa teve o registro deferido pelo Conselho Eleitoral, por conta de um confuso regulamento que exige o apoio de 30 entidades (de um universo de 59 consideradas aptas pelo conselho eleitoral) para legitimar uma chapa, o que inviabilizou o registro da chapa de oposição, encabeçada por Ricardo Gomyde.
O regulamento é tão confuso que os 40 apoios conquistados pela chapa de Cury serão ‘zerados’ amanhã e as entidades terão direito a voto secreto, podendo confirmar ou não a opção pelo atual presidente. No entanto, o regulamento também não prevê um quórum mínimo e nem uma votação mínima a ser atingida pela chapa concorrente, o que permite que, com um único voto, Cury seja declarado reeleito.
“O regulamento é omisso, mas não seria legítimo (eleger-se com um voto). Temos que conseguir, pelo menos, mais votos que os brancos e nulos, até pela ‘governabilidade’. Mesmo só com uma chapa na disputa, continuamos em campanha para ter mais votos que os 40 apoios que recebemos”, disse o advogado de Cury, Emerson Fukushima.
A chapa de Gomyde está longe de ter desistido da disputa. O grupo de oposição, que tem o apoio dos três grandes clubes de Curitiba, aguarda julgamento de um pedido de liminar para que a inscrição de sua chapa (que teve apenas 19 apoios considerados, apesar de ter sido registrada com 37 subscrições) seja aceita pela Justiça, obrigando a Federação a realizar o bate-chapa. A oposição também estaria movendo, segundo Fukushima, uma nova ação, para anular a Assembleia de amanhã, informação não confirmada pelos representantes de Gomyde.
“Estamos aguardando a decisão da Justiça. Esperávamos para hoje (ontem) o que não ocorreu. Amanhã (hoje) faremos plantão na frente da Vara esperando a decisão”, diz o advogado Juliano Tetto, candidato a vice de Gomyde. Questionado se havia um plano B caso a Justiça não intercedesse ele respondeu que “ainda não pensamos nisso. Estamos confiantes na liminar”.
A outra tese da oposição para evitar a eleição de Cury amanhã se baseia na suspensão imposta ao presidente da FPF pelo STJD na última sexta-feira, justamente por ter descumprido uma decisão do tribunal de aceitar o Batel como um dos votantes da assembleia. Na tese da oposição, suspenso, Cury estaria inelegível. A defesa de Cury discorda desta tese, sustenta que ele está suspenso e não afastado e que não há na legislação nenhuma relação entre a suspensão e a elegibilidade. Mas, por precaução, entrou com recurso ao pleno do STJD, com efeito suspensivo, que também não havia sido apreciado até a noite de ontem.
Seja qual for o resultado da assembleia de amanhã, dificilmente a declaração de vitória de algum candidato será o ato final deste conturbado processo eleitoral.