Depois de muita polêmica, o torcedor declarado do Botafogo e auditor do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) Francisco Müssnich acatou parcialmente o efeito suspensivo pedido pelo São Paulo, nesta quinta-feira.
Com a decisão, os atletas Jean, Dagoberto e Borges, inicialmente suspensos por três jogos, não poderão atuar no duelo com o Botafogo, domingo, no Engenhão. No entanto, eles poderão enfrentar o Goiás na rodada seguinte. Na próxima quinta-feira, o auditor ainda julgará recurso, que poderá alterar novamente a decisão inicial do STJD.
O episódio gerou confusão nesta quinta-feira porque a secretaria do STJD divulgou no meio da tarde que o São Paulo havia conseguido o efeito suspensivo, que valeria para os três jogos restantes da competição. Porém, o tribunal se manifestou em seguida e negou a decisão. A definição só aconteceu horas depois, quando Müssnich formalizou o despacho parcialmente favorável ao time do Morumbi.
A decisão tomou como base o parágrafo quatro do artigo 53 da Lei Pelé, segundo o qual o efeito suspensivo só passar a valer a partir do segundo jogo de suspensão dos atletas. Como já ficaram de fora da partida com o Vitória, eles só terão que se ausentar do jogo contra o Botafogo.
A escolha de Müssnich para a definição do caso foi justificada pelo presidente em exercício do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD), Virgílio Val. Em entrevista por telefone à Agência Estado, Val explicou que isso se deu pela hierarquia da composição do tribunal.
O presidente Rubens Approbato está afastado, recuperando-se de acidente automobilístico. “Eu passei por cirurgia bucal hoje (nesta quinta) e estou impossibilitado”, disse. Acrescentou que o terceiro seria José Mauro Couto, que estava impedido de cumprir a função por ter um filho que trabalha no Departamento Jurídico do Botafogo.
“Então, determinei que fosse Müssnich, o quarto dessa escala”. Falando com dificuldade ao telefone, Val minimizou a paixão clubística de Müssnich. “Claro que cada auditor tem clube. Se isso for levado em consideração, o tribunal não existe mais”, comentou. “Torço pelo Fluminense e já votei a favor e contra meu clube várias vezes. O auditor tem de ser isento”, completou.