Edu Marangon entra na “ciranda” do campeonato brasileiro. O treinador assumiu ontem o Paraná Clube apostando na qualidade do elenco para buscar metas ambiciosas. Em pouco mais de quatro meses de competição – e um aproveitamento razoável (47%) – o Tricolor parte para o quarto técnico ainda vislumbrando a possibilidade de aproximação dos primeiros colocados. A missão de Marangon é evitar que este novo período de transição traga novos traumas ao grupo, já “calejado” com as sucessivas adoções de nova filosofia de trabalho.
Indagado sobre o fato de “pegar o bonde andando”, Edu Marangon, bem humorado, disse esperar que seja o último técnico do Paraná na temporada. Prometendo uma linha de ação moderada, não é autoritário, mas cobra disciplina. “Isso faz parte da vida de todos. Há horário a se cumprir, normas a serem respeitadas…”. Jogador de destaque no final da década de 80, Edu trilha este novo caminho há cinco anos, numa trajetória planejada. “Estudei para isso e acho muito salutar esta renovação. Tem muitos técnicos de qualidade, com novas idéias, pedindo passagem”, comentou.
Aberto ao diálogo, não tem um esquema tático pré-definido. Para ele, a estratégia deve ser boa para o grupo. Mostrou conhecimento sobre o atual elenco do Paraná, mas só trabalhou anteriormente com o zagueiro Ageu, ano passado, na Portuguesa. “Acredito na liberdade de expressão. Por isso, converso muito com os jogadores e dou ênfase a aspectos psicológicos que fazem a diferença em uma partida”, antecipou. Edu Marangon terá uma semana para ajustar o time que encara o Guarani, mas não pretende partir para alterações radicais.
“O Paraná vem jogando bem. Vi alguns jogos da equipe e me agradou. Gradativamente, vou introduzir minhas idéias para que o time encontre o equilíbrio necessário para um salto na classificação”. O treinador estabeleceu como meta a busca por uma vaga à Libertadores. Hoje na 10.ª posição, o Paraná está a nove pontos da “zona de classificação” à competição internacional. “Não se trata de ser pretensioso. Para se trabalhar, deve haver metas, senão, você só vive o dia de hoje e não dá para ficar só treinando para o próximo jogo”, explicou.
Revelado na Portuguesa e com passagens por Torino (Itália), Porto (Portugal), Flamengo, Palmeiras, Santos, Yokohama (Japão), Coritiba e Inter de Limeira, Edu Marangon começou a carreira de treinador em 1999, na própria Inter. Formado em economia, fez curso de árbitro da federação paulista e estágios na Itália – Coverciano (centro de treinadores), Torino e Milan – e trabalhou apenas no mercado paulista, dirigindo Rio Branco de Americana, Portuguesa e América de Rio Preto. Neste Brasileiro, vinha comentando jogos para a Rádio Bandeirantes de São Paulo.
Jogo de domingo no Alto da Glória
Os jogos contra Guarani (no próximo domingo) e Fluminense (24/agosto) estão confirmados para o estádio Couto Pereira. A situação foi definida ontem à tarde, após reunião entre as diretorias de Paraná Clube, Federação Paranaense de Futebol e Polícia Militar. No mês que vem, o Tricolor terá um clássico frente ao Coritiba e até lá (14/9), as obras de ampliação das arquibancadas do Pinheirão estarão praticamente concluídas.
A intenção do Paraná era disputar estes jogos no Pinheirão, mas a cada partida, há a necessidade da paralisação das obras por três dias e isso causaria um atraso no organograma estabelecido para que o estádio tenha condições de sediar o jogo da seleção brasileira, em novembro. O argumento do presidente da FPF, Onaireves Moura, foi aceito pelo Tricolor. Enio Ribeiro já pela manhã havia acertado com o Coritiba a cessão do Couto Pereira, prevendo o que estava por vir.
Com o remanejamento dos jogos contra Guarani e Fluminense, o Paraná garante prazo de um mês para que as obras do Pinheirão sejam aceleradas. A partir do clássico diante do Coritiba, o clube poderá mandar todos os seus jogos no Pinheirão, até o término do Campeonato Brasileiro. Depois do confronto estadual, o Tricolor recebe São Paulo, Paysandu, Internacional, Vasco, Figueirense, Cruzeiro e Vitória.
