A diretoria do Coritiba já deixou claro que não quer repetir os erros dos anos anteriores. E um dos que eles não pretendem repetir é perder o capitão – no caso, Edinho Baiano.
O veterano zagueiro foi o destaque da defesa no campeonato brasileiro, e este ano tornou-se uma das prioridades de renovação de contrato, que termina ao final do ano. Se renovar, o Cori deverá ser o último clube do jogador.
Este ano, Edinho passou de renegado a essencial. No início do ano, ele foi considerado muito caro pelos dirigentes e acabou dispensado. O zagueiro não reclamou, pois tinha uma proposta do futebol japonês – que acabou não se confirmado. Depois, ele acabou jogando na Inter de Limeira, disputando a primeira fase do campeonato paulista.
Mas o vínculo com o Coritiba ficou, e o convite para a disputa do Brasileiro era natural, principalmente porque os jovens zagueiros do clube (Danilo, Thiago e Juninho) precisavam de uma referência. “Ele é impressionante. Só a presença dele ajuda”, reconheceu Picolli, que era o capitão do time e referência dos zagueiros antes da vinda de Edinho.
E Edinho virou a referência também de todo o time. Afinal, um jogador experiente como ele (36 anos), que mantinha a forma física e não se intimidava ante atletas mais jovens tinha de ser respeitado. “Ele é o nosso exemplo”, resumiu o volante Roberto Brum. A receita da boa forma era simples. “Tem que ter hora para dormir, para acordar, para brincar com os filhos, e principalmente não pode cometer excessos”, disse, na contramão do que muitos jovens ídolos pensam.
E, apesar de não ser exatamente um jogador comunicativo, foi natural a escolha dele como capitão. “Eu sou apenas um cabo, o chefe é ele”, brincou Picolli, associando o cargo de Edinho à sua patente militar. “Acho que os jogadores do Coritiba me respeitam porque eu também dou o exemplo para eles. Não adianta ser apenas ?rodado?, mas sim ter a experiência”, explicou.
E é isso que importa para a diretoria – apesar das falhas de Edinho no jogo contra o Figueirense. “Não vamos perder o nosso capitão de novo”, garantiu o secretário Domingos Moro. “Nós sabemos que ele tem várias propostas, principalmente do futebol do interior paulista, mas esperamos que os laços de amizade que temos com ele facilitem a renovação”, completa o dirigente coxa.
E Edinho deu mostras que 2003 seria seu último ano como jogador profissional. “Às vezes eu fico meio cansado, sabe? Mas eu ainda vou jogar mais um ano. Depois a gente vê”, afirmou. Os admiradores do futebol do zagueiro já lamentam. “Acho que ele tem muitos anos de futebol pela frente”, disse Domingos Moro.
Liédson sondado para Toca
O atacante Liédson pode estar mesmo se despedindo do Flamengo. O jogador, que foi o artilheiro rubro-negro no Campeonato Brasileiro com 14 gols, foi oferecido por seu procurador, Vinícius Mendes, ao Cruzeiro. O contrato de Liédson, cujo passe pertence ao Prudentópolis, termina no fim do ano. Liédson já afirmou que só aceita negociar com a diretoria do Flamengo depois que receber os dois meses de salários atrasados que o clube da Gávea lhe deve. O atacante recebe cerca de R$ 30 mil por mês.
O vice de futebol, Alvimar Costa, e o gerente de futebol do Cruzeiro, Eduardo Maluf, estão estudando a proposta, que foi feita onterm, mas não divulgaram os valores da possível negociação.
Do lado do Cori, espera-se que ao menos o Prudentópolis honre o acerto prévio – que daria ao clube 30% da próxima negociação do atacante. “Do empréstimo do Flamengo ainda não recebemos nada”, confessa um dirigente coxa. Segundo pessoas ligadas ao time do interior, o Cori não deverá receber nada. E isso também derruba a possibilidade sonhada por alguns coxas – o retorno de Liédson ao Alto da Glória.