Uma disputa saudável e “feliz”. Edinho e Wesley “brigam” pela preferência do treinador. Um deles será o titular da lateral-esquerda no jogo frente ao líder do Campeonato Brasileiro.

A coincidência entre os jogadores não se resume apenas à posição em que atuam. Wesley, titular até então, tem como sobrenome Felisardo (com “s”, mesmo). Já seu concorrente, o recém-contratado Edinho, traz “Felicíssimo” no nome de família.

Wesley Fernandes Felisardo, 26 anos, ganhou a posição num “golpe de sorte”. Com a “fuga” de Jadílson que abandonou a concentração do clube a poucos dias da largada da competição para acertar com o Goiás, o jogador foi lançado e conseguiu atuações de regularidade com a camisa tricolor. “Ainda espero render mais ofensivamente”, comentou, ainda muito “tímido” no apoio ao ataque. Vale lembrar que contra Santos, Flamengo e Cruzeiro, ele teve sempre pela frente laterais muito ofensivos. “Não podia me descuidar”, disse.

Contratado para suprir a carência de opções neste setor, Edinho chegou ao Paraná há quase duas semanas. Esse era o tempo que Edison Carlos Felicíssimo Polidório, 24 anos, estimava para entrar em forma e ficar à disposição da comissão técnica. A oportunidade de estrear no novo clube pode surgir antes mesmo do que Edinho imaginava. Devido à uma contratura na coxa direita, Wesley ainda não treinou esta semana e o “suplente” soube aproveitar a “brecha”.

Se na semana passada Edinho fez bons treinos no time B, ontem foi a vez de mostrar suas qualidades no time principal. Com toques rápidos e velocidade para chegar à frente, Edinho foi um dos destaques do bom treino coletivo, na visão do próprio Paulo Campos. O treinador deixou a dúvida no ar, pois Wesley deve, segundo previsão do departamento médico, ser liberado já para o treino de hoje.

“É uma questão a ser analisada. O Wesley vinha bem, mas quase não trabalhou durante a semana…”, ponderou o treinador paranista. Até sábado, ele define qual deles sairá mais “feliz” desta briga.

Campos prepara surpresa para o Morumbi

O objetivo é surpreender “o grande favorito”. O técnico Paulo Campos transfere toda a responsabilidade ao São Paulo, assegurando que a missão do Paraná Clube, domingo às 18h, no Morumbi é “parar” o líder isolado e invicto do Brasileirão. Além de uma seqüência de treinos técnicos e táticos, o treinador também dá ênfase à “espionagem”. Nos últimos dias, conferiu “ao vivo” as recentes atuações do time de Cuca. Ontem, chegou a redefinir os treinamentos só para ir ao Morumbi à noite e analisar o próximo adversário em ação pela Copa Libertadores.

“No estádio, vemos com mais clareza a forma do time atuar e qualquer detalhe é válido num jogo como esse”, comentou o treinador. Um desses detalhes diz respeito à composição da zaga do Paraná. Sem Carlinhos, suspenso, Paulo Campos escala Nelinho na posição. Pela primeira vez neste campeonato, Fernando Lombardi e Nelinho formarão a dupla de zaga. Eles já estiveram juntos frente ao Juventude, mas naquele jogo o time atuou com três zagueiros e se deu mal. No treino de ontem, Paulo Campos parou a atividade várias vezes, tentando evitar que a defesa “ficasse em linha”.

“Atenção é indispensável. Os garotos estão compenetrados e temos alguns treinos pela frente para ajustar o time”, ponderou Campos. Mesmo tendo Gelson Baresi como opção jogador que disputou todo o estadual ao lado de Lombardi ele vai deixar o experiente zagueiro como opção de banco. “Ele foi reintegrado recentemente e estamos buscando dar ritmo a todos os integrantes do grupo”, justificou. Além do correto posicionamento da defesa, o treinador também deu ênfase à retomada de bola e à velocidade dos contragolpes.

Essa deve ser a estratégia do Paraná, similar à utilizada com sucesso diante do Cruzeiro. “É certo que não podemos nos expor. Mas, não podemos passar o jogo inteiro só marcando”, ressaltou Campos. Neste esquema, Fernando e Wiliam têm função determinante. Os meias, além de auxiliar na marcação dos volantes ou dos alas adversários devem dar ritmo aos contra-ataques, tendo em Galvão e Wellington Paulista os “pontos de referêcia”. O time do Paraná está praticamente escalado, restando apenas a dúvida na lateral-esquerda.

Já a dinâmica do time dependerá muito destas últimas observações de Paulo Campos e da equipe que o São Paulo escalará no domingo, valendo a ponta da tabela do Campeonato Brasileiro. No jogo, o Tricolor tenta provar que assimilou os golpes sofridos nas duas primeiras partidas fora de casa e que após mais de um mês de trabalho o equilíbrio foi obtido.

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