São Paulo – O ex-árbitro Edilson Pereira de Carvalho reagiu com tranqüilidade e desdenhou o fato de estar entre os réus da ação requisitada na Justiça pela Promotoria do Consumidor, que pede que os envolvidos na Máfia do Apito (esquema de manipulação de resultados nos campeonatos brasileiro e paulista de 2005) paguem o valor de R$ 34 milhões de indenização, se condenados, por infringir o Estatuto do Torcedor e o Código de Defesa do Consumidor. "Vou telefonar para o Marcos Valério (envolvido no esquema do ?Mensalão?) e pedir pra ele me emprestar o dinheiro. Já que virou palhaçada, vou agir com palhaçada", ironiza.
Edilson fala em utopia ao se referir ao valor pedido pelo Ministério Público. "Como é que vamos pagar isso?", diz, deixando claro que estaria preocupado se a quantia fosse menor. "Se fosse R$ 34 mil, eu pensaria de outro jeito." Além de Edilson, o ex-árbitro Paulo José Danelon, o empresário Nagib Fayad, a Confederação Brasileira de Futebol e a Federação Paulista de Futebol estão entre os réus da ação do MP. Segundo a Promotoria de Justiça do Consumidor de São Paulo, o valor de R$ 34 milhões foi uma média das quantias gastas pelas redes de tevê e pelos consumidores/torcedores durante os campeonatos.
Para Edilson, o grande culpado por toda a confusão é Luiz Zveiter, ex-presidente do Supremo Tribunal de Justiça Desportiva. "Ele mandou refazer 11 jogos do Brasileirão sem analisar as fitas", reclama o ex-árbitro, que confessa ter recebido dinheiro para manipular alguns jogos mas que não teria influenciado em nenhum resultado.
