A edição 2007 do Brasileiro da Série B promete ser a mais equilibrada dos últimos anos. Dos 20 clubes que começam a disputa hoje – confira os jogos na página 22, a grande maioria é paulista – oito no total. E, segundo a expectativa da direção do Futebol Brasil Associados – FBA, entidade que organiza a competição, metade dos participantes está em condições de buscar até o dia 25 de novembro uma das quatro vagas de acesso à elite.
?Acredito que 10 clubes brigarão pra subir e outros 10 pra não cair?, disse o pernambucano José Neves, presidente da FBA há dois anos, período em que a Série B é disputada por pontos corridos. O formato, inclusive, é o mesmo do Brasileirão, com turno e returno. Depois das 38 rodadas, os 4 melhores sobem para a Série B e os 4 últimos serão rebaixados pra a Série C. Mas já está prevista a mudança do regulamento pra 2008 na Série B, quando sobem apenas 2 times e descem outros 2.
A ausência de clubes de ponta do futebol brasileiro também conta a favor do equilíbrio técnico desta edição da Série B. Em 2006, o Atlético-MG confirmou o favoritismo e foi campeão. Antes, foi a vez do Grêmio, assim como fez o Palmeiras em 2003.
?Vamos perder um pouco na parte de marketing com a ausência de grandes clubes, mas vamos ganhar uma motivação extra com o equilíbrio dos times. Esta relação de forças motivará o campeonato até sua última rodada e não acredito em perda financeira?, diz Neves.
Mas os clubes terã que se virar, praticamente, com seus próprios recursos. Ao contrário da divisão de elite, a Série B oferece poucas condições financeiras aos seus integrantes. Em média, cada clube receberá apenas R$ 350 mil durante o campeonato, ou seja, R$ 50 mil por mês – a maior parte deste dinheiro vem da venda dos direitos de transmissão da TV. A FBA garante aos clubes as despesas com viagem, hospedagens e traslados. Já o custo com taxa de arbitragem e exame antidoping está sendo repassado para a CBF – mas o presidente da entidade, Ricardo Teixeira, ainda não assumiu esta despesa, estimada em R$ 1,5 milhão.
?Para os clubes isso é muito, mas para a CBF é pouco?, avaliou José Neves, confiando numa ajuda da entidade. Diante do impasse, os clubes da Série B chegaram a admitir, há duas semanas, durante a Assembléia Geral do campeonato, a possibilidade de boicotar essas taxas.
Existe ainda a esperança de que a FBA aumente suas receitas de R$ 25 milhões pra R$ 30 milhões, com a venda de publicidade estática nos estádios. ?Temos força porque estamos mexendo com clubes tradicionais em 11 estados e 17 cidades?, diz Neves. Amanhã confira o especial da Série A do Campeonato Brasileiro.
Conheça os participantes da Série B
Dos oito representantes de São Paulo na Série B, dois acabaram de cair da divisão de elite: Ponte Preta e São Caetano. E outro subiu da Série C: o Barueri. Mas cinco são remanescentes do ano passado: Portuguesa, Santo André, Paulista, Ituano e Marília.
Entre os paulistas, três devem lutar para não cair: o novato Barueri, o Ituano, que vive nova administração, e o Santo André, ainda sentindo os efeitos do rebaixamento para a Série A-2 do Campeonato Paulista. Já os outros cinco representantes de São Paulo sonham com o acesso.
A superioridade numérica de São Paulo é muito grande. Depois dele, o estado com mais representantes tem dois times. É o caso de Ceará e Santa Catarina, além do Distrito Federal.
Os cearenses serão representados pelo Ceará e pelo Fortaleza, que caiu da divisão de elite. Já Santa Catarina terá Avaí e Criciúma, que veio da Série C. E o Distrito Federal conta com Gama e Brasiliense.
No restante, são seis times de seis estados diferentes: Santa Cruz (Pernambuco), Vitória (Bahia), Ipatinga (Minas Gerais), Coritiba (Paraná), CRB (Alagoas) e Remo (Pará).