Pé de meia em Dólar

Ederson se despede do Atlético para ‘realizar sonho’

De Pentecostes, no interior do Ceará, a Curitiba são 2.629,39 quilômetros de fronteira a fronteira. O caminho foi percorrido (sobrevoado, para ser mais preciso) pelo atacante Ederson um bocado de vezes nos últimos sete anos. Desde que chegou ao Atlético, em 2007, o jogador teve que administrar a saudade da família tomando muito chá de poltrona. As coisas ficavam mais fáceis quando ele andava pelo Nordeste, nas várias vezes em que foi emprestado para o ABC-RN e Ceará-CE.

O novo capítulo na história de Ederson dividiu a família. Um lado do coração saltou de alegria ao perceber que o filho mais habilidoso do clã Marinho de futebolistas vai começar seu pé de meia. Emprestado pelo Furacão para o Al-Wasl, dos Emirados Árabes, o atacante vai ganhar em dólar e poderá realizar grande parte dos sonhos de todos os familiares. Por outro lado, a outra metade do coração, ficará apertada, pois já não serão apenas 2,6 mil quilômetros. Serão 10.642,36 dos limites de Pentecostes até Dubai, a capital do país.

Mas essa é a grande chance. A chance que Ederson esperava.

Paraná Online: Como você recebeu essa oportunidade?

Ederson: Com certeza é uma oportunidade para realizar alguns sonhos. Tenho muitos sonhos e acho que esse é o momento. Não é sempre que temos essa chance. Vai ser bom ir para fora e ganhar um pouco mais. Não que seja um salário extraordinariamente grande. É um momento especial para mim, um momento de alegria. Espero ser muito feliz no meu clube agora. Vou fazer exames lá agora e espero ser muito feliz.

E aí? Já sabe falar o nome do teu novo time (Al-Wasl)?

(Risos). Ainda não, não vou arriscar para não errar. Mas o Jorginho esta lá e tem outros jogadores brasileiros. Acho que a adaptação vai ser rápida e espero me dar tão bem quanto aqui no Atlético. Deixo muitos amigos e tenho o carinho de todo mundo aqui. Espero deixar as portas para quando eu voltar.

Animado para receber em dólar?

É uma mudança para que eu possa realizar meus sonhos e dar algo melhor para minha família, minha filha, meu pai e minha mãe, que merecem o melhor. Procurei por essa oportunidade para dar coisas grandes para eles. Chegou o momento de eu ganhar um pouco mais e realizar esses sonhos que temos.

Já pensa em ampliar a família?

(Risos). A gente tem o sonho de levar nossa filha para conhecer outros lugares e mostrar todas as princesas que ela tanto gosta e sempre fala. Quando for mais para frente, três ou quatro anos, a gente pensa em ter mais um filho sim.

O que representa o Atlético na tua carreira?

Acho que tive uma vida no Atlético. Tô aqui desde 2007 e aprendi muita coisa. Fiz grandes amigos, pessoas que considero da família. Fui muito feliz. Ano passado fiz uma grande temporada. Sei que não fiz gols esse ano, mas procurei dar o meu melhor de todas as formas em campo. Infelizmente os gols não vieram como no ano passado. Mas saio de cabeça erguida e a certeza de deixar portas abertas.

Como foi a despedida?

Já conversei com todos antes do treino, me despedi com aquelas mesmas brincadeiras de sempre. Saio um pouco emocionado de falar deles. São companheiros que estão comigo desde 2007. Saio feliz e espero reencontrá-los.

Que recado você deixa para o torcedor do Atlético?

Quero dizer que estou feliz em ir, mas um pouco triste por deixar o Atlético. Mas todo jogador tem uma família por traz para ajudar a sustentar. Eu fui muito feliz aqui e acho que a torcida esta feliz e esteve feliz enquanto estive aqui.

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