Éderson Alves de Ribeiro Silva, 24 anos, da pequena cidade de Pentecoste, ao norte do estado do Ceará, é, ao lado de Fernandão, do Bahia, um dos artilheiros do Brasileirão 2013. Com 4 gols, tornou-se a principal esperança do torcedor atleticano quando o Furacão vai ao ataque. Mas nem sempre foi assim.
Revelado pelo Ceará em 2007, e com o status de ter marcado mais de 90 gols nas categorias de base, Éderson foi rapidamente contratado pelo Atlético. O clube o emprestou ao mesmo Ceará e, em 2008, quando fazia um bom campeonato pela Série B do Brasileiro, sofreu grave lesão e foi obrigado a realizar cirurgia para recuperar o ligamento cruzado anterior do joelho direito. Sua carreira foi interrompida por seis meses.
Recuperado, Éderson não voltou ao Atlético. Assinou empréstimo com o ABC e, em Natal, viveu seu melhor momento desde que se profissionalizou. Em 2010, marcou 30 gols em 69 jogos, incluindo participação na campanha do título da Série C daquele ano. Isso lhe rendeu mais uma temporada e meia no time potiguar.
Vencido seu empréstimo, o Furacão novamente o desdenhou e ele voltou ao Ceará, em junho de 2012. Foi mais uma temporada apagada no clube que o revelou. De acordo com o jornalista esportivo, Bruno Balacó, do jornal cearense O Povo, o principal problema do atacante foi sua irregularidade. “Nós conhecemos dois Éderson: o goleador do ABC-RN, que jogava muito bem e tinha excelente qualidade técnica, e o frustrante atacante do Ceará, que tinha atuações péssimas e nunca conseguiu encaixar no time. Inclusive era muito vaiado pela torcida do Vozão”, conta.
Em função da má fase, no começo deste ano o atacante foi liberado para voltar ao Atlético, onde encaixou como uma luva. Porém, sua trajetória de altos e baixos faz o torcedor rubro-negro relembrar de outros jogadores que atravessaram momentos complicados em suas carreiras, mas tiveram a chance de reluzir no Furacão. Exemplos não faltam: Washington, da dupla Washington e Assis, na década de 1980; Paulo Rink, que brilhou na Séries A e B com Óseas, na década de 1990, e Washignton, o “Coração Valente”, que após superar problemas cardíacos, virou ídolo atleticano e ostenta o recorde de 34 gols em uma mesma edição de Campeonato Brasileiro (2004). Éderson quer trilhar o mesmo caminho.