O futebol paranaense pode ter novidades a partir da noite desta terça-feira (29). Insatisfeitos com a forma como as coisas estão acontecendo no Estado, a dupla Atletiba resolveu convocar uma reunião no hotel Bourbon, em Curitiba, com diversos clubes da primeira divisão do Estadual, para buscar mudanças.
“Todos os clubes foram convidados para apresentar uma proposta de discussão para o bem do futebol paranaense. A ideia é que os clubes se fortaleçam e o futebol do estado fique mais forte”, explicou o presidente do Atlético, Luiz Sallim Emed.
Entre as possibilidades a serem discutidas está a criação da Liga Paranaense. A ideia não representaria, em princípio, ruptura com a FPF, mas sim um mecanismo para a obtenção de contratos e patrocínios melhores.
“Se for como a Futpar (associação de clubes criada em 2008 e que acabou no fim de 2009) não tem sentido. Além disso, é difícil ter a aprovação de todos os clubes. Mas se for uma liga, focada mais na parte financeira, é diferente. Vamos lá escutar, mas sem uma opinião fechada”, destaca o presidente de honra do J. Malucelli, Joel Malucelli.
Quem tem feito o contato com as equipes é o advogado Juliano Tetto, que já esteve ao lado de Furacão e Coxa nas eleições de 2015 da Federação Paranaense de Futebol (FPF) apoiando a candidatura de Ricardo Gomyde a presidente. O ex-candidato, por sinal, participa do movimento, apesar de publicamente negar e não querer dar declarações sobre o assunto.
Se a insatisfação da dupla Atletiba já é antiga, o que motivou a criação da chapa de oposição na última eleição da FPF, clubes que apoiam o presidente Hélio Cury também tem as suas reclamações. É o caso do Foz do Iguaçu.
“O valor que recebemos para jogar o Paranaense é muito inferior a Atlético, Coritiba e Paraná. Tem de ser maior para disputarmos com dignidade”, cobrou o presidente Arif Osman. “A Federação tem de ser respeitada, mas participar de uma reunião de clubes não faz mal a ninguém”, acrescentou.
O encontro entre os clubes ocorrerá na véspera da assembleia convocada pela FPF para aprovar as contas da entidade e aproveita a presença dos presidentes dos times na cidade. As contas também podem ser discutidas entre os dirigentes nesta terça-feira.
Entre tantas possibilidades, a criação da Liga ainda é um assunto prematuro para a FPF. “Teriam de criar, aprovar, documentar. Se é independente, façam a Liga e desfiliem da FPF, sem problemas”, brada Hélio Cury.
Ele se refere ao artigo 39 do estatuto da Federação, que diz que a entidade é a única capaz de dirigir o futebol do estado e que obriga os clubes a disputarem ao menos uma competição de base e outra profissional pela FPF. Por isso, a tendência é que não se discuta uma organização à parte do Estadual, já que os times precisariam disputar duas competições locais para jogar o Brasileiro, por exemplo.