Como já era esperado, o conflito entre as torcidas de Atlético e Coritiba no clássico do último domingo não passou impune. A 4.ª Comissão Disciplinar do Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD) tirou ontem um mando de campo de cada um dos clubes, mas a decisão não é definitiva.
Os advogados da dupla adiantaram que vão recorrer e pedir efeito suspensivo – medida que adia o cumprimento da pena até o novo julgamento, a ser conduzido pelo tribunal pleno (órgão máximo da justiça esportiva) em data ainda não definida.
O julgamento de ontem durou cerca de 1h20. O advogado alviverde, Itamar Cortes, alegou que o Coxa só poderia ser punido se os objetos fosses lançados dentro do campo, e lembrou outros casos em que os clubes visitantes foram absolvidos por problemas causados por seus torcedores.
O defensor do Atlético, Domingos Moro, levou o chefe da segurança da Arena como testemunha e chegou a esconder bombinhas iguais à que foram lançadas na Baixada na carteira de cigarros e nos sapatos, para mostrar que é difícil evitar a entrada destes objetos.
Os argumentos não sensibilizaram totalmente os quatro auditores, que foram unânimes em punir os clubes com a perda do mando de uma partida e em aplicar multa de R$ 20 mil ao Atlético e de R$ 10 mil ao Coxa.
O artigo em que ambos foram enquadrados prevê pena de até 10 partidas com mando em local a 100 quilômetros ou mais da sede – a cidade mais próxima com estádio adequado ao Brasileirão (capacidade mínima de 15 mil pessoas) é Joinville (SC).
O resultado agradou em parte o Furacão, que esperava até pena maior, e frustrou o Coxa, que confiava na absolvição. De qualquer forma, o resultado é apenas um indicativo para o julgamento do pleno, que pode até ampliar a punição.
Os clubes têm até quarta-feira para pedir efeito suspensivo. Como o prazo mínimo para mudança de local é de cinco dias, os jogos do Atlético com o Avaí, hoje, e do Coxa contra o Botafogo, na quarta-feira, estão mantidos para a Arena e o Couto Pereira.
