Fora das fases internacionais da Sul-Americana desde 2008 e buscando obter vaga na Libertadores desde 2005, a dupla Atletiba vem projetando espaço internacional com suas equipes de categorias de base. Apenas esse ano, Furacão e Coxa obtiveram títulos em torneios na Bélgica, Alemanha e Estados Unidos, embora diretores de ambos os clubes enalteçam a importância da formação dos atletas e o fortalecimento de suas marcas além das fronteiras.
Na categoria Sub-19, a dupla Atletiba obteve títulos internacionais esse ano. O Atlético faturou a Eurofoot, na Bélgica, e a Yokohama Cup, na Alemanha. Já o Coritiba levantou o caneco da Dallas Cup Sub-19, nos Estados Unidos. Para 2013, o Alviverde chegou a confirmar a participação de sua equipe Sub-17 no Torneio cidade de Gradisca, na Itália.
Pela participação em torneios na Suíça, Bélgica, Holanda, Alemanha e Caribe, o Atlético, com suas equipes sub-15, 18 e 19, foi a equipe paranaense que deu maior evidência aos torneios fora do país em 2012. “Poder conhecer outra realidade, outra cultura, é um aprendizado muito grande. É uma somatória. Vai auxiliar na formação integral dos atletas, podemos fazer intercâmbio com os profissionais, troca de ideias com observadores de equipes que participam desses torneios”, avalia o diretor de relações internacionais do Atlético, Luiz Greco. “É um aprendizado não só para os atletas, mas todos profissionais”.
Gerente de futebol do Coritiba, André Mazzuco exemplifica a relação de benefícios encontrados pelo clube sobre atuações fora do país. “Na própria Copa Chivas (Sub-18, no México, em 2009), a gente acabou fazendo parceria com o Chivas (de Guadalajara), com alguns de nossos profissionais ficando lá, conhecendo o dia a dia”, conta, lembrando que a participação resultou também em convite para participação na própria Dallas Cup.
Tanto no Atlético quanto no Coritiba, existe também um trabalho preliminar específico de formação para os atletas. “Um pouco antes de um torneio (no exterior), existe uma participação mais especifica, com intuito de preparar de forma mais pontual. A gente passa a conhecer adversários, sabemos quem vamos enfrentar. Muito mais no aspecto cultural, também buscamos passar aos atletas informações dos locais onde estamos indo, costumes, hábitos, alimentação”, conta Mazzuco. “Uma coisa que a gente tem implantado dentro de nosso clube são aulas de inglês, não só pra atletas de formação, mas também para todos os funcionários. Os torneios acabam sendo uma oportunidade para os atletas poderem praticar aquilo que têm aprendido nas aulas aqui”, complementa Greco.
Hospedagem em família
A Dallas Cup, nos Estados Unidos, proporciona uma metodologia inusitada de “alojamento” aos clubes convidados. É costume que famílias de atletas participantes do torneio hospedem jogadores visitantes, como exemplifica o ex-diretor de futebol do União Bandeirante, Nelson Santos. “Chegava ao aeroporto, já tinha um time de Dallas esperando os jogadores pra alojá-los. Somente treinadores e diretores iam pro hotel”, conta. “Até mesmo aos treinos quem levava era a família dos jogadores”, completa o dirigente, recordando que o time campeão de 1997 tinha em seu elenco o goleiro Fábio, atualmente no Cruzeiro.