Após 120 jogos, completados ontem, o Campeonato Paranaense chega à fase final com uma carga de lógica: os dois favoritos, Coritiba e Atlético, vão para a 12.ª decisão estadual entre si, completando 81 anos de Atletibas. Os dois clubes comprovam que são os dois melhores em estrutura, tanto é que, pela primeira vez, fazem uma decisão consecutiva.
A final começa no próximo domingo, com a vantagem do Atlético, por ter feito a melhor campanha em toda a competição. Com o empate em 1×1, ontem, com o Iraty, o Coxa perdeu a vantagem que sustentou durante praticamente todo o campeonato: os dois terminaram com 38 pontos, mas o Rubro-Negro tem mais saldo de gols, 25 contra 17. No sábado, o Atlético derrotou o Londrina por 3×1.
Por isso, a primeira partida acontecerá domingo, no Pinheirão, ficando o jogo de volta para o dia 17, na Kyocera Arena. Mas a vantagem é apenas a de mandar o segundo jogo em casa, já que em caso de empate por pontos e saldo de gols após dois jogos, a decisão irá para uma prorrogação de 30 minutos. Se mesmo assim não for conhecido o campeão, haverá cobrança de penalidades. No caso do Coritiba, que decide fora, sua esperança é vencer em ?casa? e fazer saldo, que pode definir o título mesmo perdendo na volta.
A magia do Atletiba começa pela disputa entre os dois maiores clubes. Das onze decisões até agora, o Atlético venceu seis (1943, 45, 83, 90, 98 e 2000) ao passo que o Coritiba venceu cinco (1941, 68, 72, 78 e 2004).
O Coritiba busca o tricampeonato paranaense, repetindo a mesma situação de 1943.
Só que naquele ano, com a conquista do Rubro-Negro, a torcida viu frustrada a sua festa de tricampeão. E se o segundo jogo for para a prorrogação e penalidades, estará também repetida a decisão de 1978, quando o título só veio após três clássicos empatados sem gols, uma prorrogação e decisão na marca da cal, vencida pelo Coxa por 4 a 1.
A vantagem do local da decisão também se mostra relativa na história das onze decisões anteriores. O Atlético manteve um tabu de 25 anos sem perder decisões, mesmo jogando no campo do adversário (foi assim em 83 e 90). Foi assim também na decisão de 1945. Em 98 e 2000 levantou o caneco no Pinheirão e Arena, respectivamente. Em compensação, em 68 perdeu para o Cori na Vila Capanema, além de ver o título passar para as mãos do arqui-rival no ano passado, quando perdeu em pleno Estádio Joaquim Américo.