A dupla Atletiba foi julgada hoje pela 4.ª Comissão Disciplinar do Superior Tribunal de Justiça Desportiva, no Rio de Janeiro, pelos incidentes ocorridos no clássico disputado no último domingo, na Arena. O resultado, diante das circunstâncias, foi “bom” para os times paranaenses, que foram punidos com a pena mínima.
O Atlético perdeu um mando de campo e terá que arcar com uma multa de R$ 20 mil. O Coritiba também perdeu um mando de campo. A multa que o Verdão terá que pagar é de R$ 10 mil.
O árbitro da partida, Wilson Luiz Seneme, relatou na súmula do jogo o tumulto que ocorreu nas arquibancadas no intervalo em que as torcidas arremessaram bombas caseiras e fogos de artifício uns nos outros.
A dupla então foi enquadrada no artigo 123: “Deixar de tomar providências capazes de prevenir e reprimir desordens em sua praça de desporto”. A multa poderia chegar a R$ 200 mil e a punição máxima era a perda de 10 mandos de campo.
Entretanto, as diretorias dos clubes já confirmaram que irão recorrer junto ao Pleno do STJD contra a punição.
Segundo determinação do tribunal, a dupla só poderá jogar em um estádio que esteja no mínimo a 100 km de distância da capital paranaense. Uma alternativa é a Arena de Joinvile, que está localizada cerca de 130 km de Curitiba. O jogo em questão ainda será definido.
O Julgamento
Após as imagens dos incidentes serem mostradas, o advogado do Atlético no caso, Domingos Moro, chamou para depor Péricles Macedo Souza, que é responsável pela administração da Arena.
A testemunha disse que a segurança no clássico foi reforçada, mas que não é possível identificar às bombas “já que são muito difíceis de serem detectadas e são praticamente do tamanho de um cigarro”. Para comprovar a dificuldade, Péricles trouxe algumas amostras e disse ter entrado no aeroporto do Rio de Janeiro sem problemas com os artefatos.
O advogado do Coritiba, Itamar Côrtes, alegou que o Coxa não poderia ter sido enquadrado no artigo 213 já que as bombas não foram arremessadas no campo de jogo. Segundo ele, como o mando era do Atlético, o Coritiba “não poderia agir no caso em questão, já que não era o mandante, não podendo prevenir e nem reprimir desordens”. Para concluir, Cortês pediu a absolvição do Coritiba.
Na seqüência do julgamento, Moro desafiou os auditores a encontrarem duas bombas que ele estava carregando consigo. “Nenhum dos auditores as encontrará. Posso afirmar isso com toda certeza”, disse. O advogado relatou que é impossível fazer uma revista minuciosa em milhares de torcedores. Finalizando, Moro criticou a ação da Polícia Militar, que segundo ele, não agiu quando a primeira bomba estourou. O advogado pediu a absolvição do Atlético e também do Coritiba.
Rodrigo Fux, auditor relator do processo, votou pela punição da perda de um mando de campo para cada clube e o Atlético terá que arcar com uma multa de R$ 20 mil, enquanto que o Coritiba com R$ 10 mil. Os outros auditores seguiram o voto do relator e a decisão foi unânime.