A solução que Dunga encontrou para começar a reconstruir a seleção brasileira depois do fracasso na Copa foi requentar o passado recente. Ele aproveitou a base da escalação do seu antecessor Luiz Felipe Scolari e atualizou o esquema idealizado pelo técnico anterior no cargo, Mano Menezes. É com esse mix que a equipe enfrenta a Colômbia nesta sexta-feira, a partir das 22 horas (horário de Brasília), em Miami, nos Estados Unidos.

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É a primeira partida depois do vexame brasileiro na Copa do Mundo que jogou em casa, quando levou de 7 a 1 da Alemanha na semifinal e perdeu por 3 a 0 para a Holanda na disputa do terceiro lugar. Embora tenha tido pouco tempo para treinar, Dunga mostrou que ainda não tem uma filosofia de jogo para ser implantada. Na falta de ideias para uma renovação mais profunda, vai reciclar.

O que Dunga quer mesmo é vencer a Colômbia. Na visão dele, o resultado é o ponto de partida para resgatar a confiança e começar a esquecer de vez o passado. “Não é só no futebol, mas na vida também vivemos de resultados e cobrança por vitórias. O torcedor tem que ver uma seleção vibrante em campo e ter certeza de que deram 110%”, afirmou o técnico, que volta ao cargo que já ocupou entre 2006 e 2010.

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O requentado de Dunga começa com os 11 titulares que vão entrar no Sun Life Stadium, já que oito deles foram do grupo da Copa. As únicas novidades são o zagueiro Miranda, o lateral-esquerdo Filipe Luís e o atacante Diego Tardelli. Enxergou aí uma questão hierárquica. “Gosto de hierarquia. Temos de dar oportunidade para os jogadores que estiveram na Copa. Os outros também terão oportunidades”, avisou.

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O esquema tático tem semelhanças com aquilo que Mano Menezes implantou em 2012, antes de ser demitido da seleção. Nos treinos, Dunga pediu que o atacante Diego Tardelli rodasse o campo todo, sem posição fixa. Os meias Oscar e William têm a obrigação de se aproximar. “Se o atacante está em movimentação, ele tira o sincronismo da defesa e abre espaços para atacar”, explicou.

Por essas e outras, Dunga descartou uma grande reformulação. “Não temos que colocar essa palavra, senão o jovem vai achar que estará dentro só por causa da idade. E não é assim. É por rendimento. É importante ter o entusiasmo do sangue novo, mas ter um grupo experiente para dar tranquilidade”, afirmou.

Dunga tem um álibi forte para sua estreia no cargo: o pouco tempo de treinamento. Foram duas atividades intensas em Miami, com mais duas horas de duração cada uma. Na quinta-feira, por exemplo, ele pegou mais leve e só ensaiou bolas paradas. Mesmo assim, correu atrás do tempo perdido.

O problema foi o que fazer com esse tempo. Nem nos treinos ou nas entrevistas, mostrou o esboço de uma filosofia que refletisse seu modo de ver o jogo. Ele se escorou em ideias ralas como intensidade e velocidade, que integram um discurso motivacional. “Vamos conseguir resultado com qualidade, trabalho, determinação, foco e comprometimento”, avisou Dunga.

Nesse contexto, Dunga afirma que a Colômbia tem sua parcela de favoritismo no amistoso desta sexta-feira, porque o treinador argentina José Pekerman trabalha com os jogadores há quatro anos e conhece seu grupo – os colombianos caíram diante do Brasil de Felipão nas quartas de final da Copa.