Dunga diz que Brasil não tem tantos craques como se fala

Itaparica – Apesar do pouco tempo no comando da seleção brasileira, em sua primeira experiência como treinador – foram apenas seis amistosos -, Dunga já fez uma constatação importante.

?O Brasil não tem tantos craques como se fala?, admitiu o técnico em entrevista, ontem, na Ilha de Itaparica, Bahia, onde participa de um evento.

Para explicar sua declaração, Dunga fez uma comparação. ?Para mim, o verdadeiro craque decide oito jogos em dez partidas. Quem decide dois ou três, apenas, pode ser um jogador acima da média, mas não um craque?, avisou o treinador.

Tomando cuidado para não ser mal-interpretado, Dunga revelou ainda que aprecia muito mais o aspecto coletivo do que a individualidade. ?Por favor, não vão dizer que não gosto de jogadores técnicos.

É lógico que quero ter qualidade na minha equipe, mas futebol é rendimento.

E quem estiver rendendo mais, joga?, disse o técnico.

Ronaldinho

Na entrevista, ontem, ele também falou sobre Ronaldinho Gaúcho, que tem sido reserva nos últimos jogos da seleção brasileira. ?É lógico que penso em criar situações para que o Ronaldinho possa render o seu melhor. Mas digo e repito, o rendimento é fundamental e a grande verdade aparece no campo?, revelou Dunga.

No final, o ex-volante, que teve a carreira caracterizada pela forte marcação, defendeu a ofensividade de sua seleção. ?Não se pode dizer que não jogo com vários atacantes.

Um time com Robinho, Kaká, Elano e Rafael Sóbis tem quatro atacantes na minha opinião?, afirmou Dunga.

Fifa propõe regras pra liberação de jogadores

Zurique – Preocupada com a incessante briga entre clubes e seleções, a Fifa resolveu criar um grupo de trabalho para elaborar um protocolo sobre a liberação de jogadores para defender os seus países em competições e amistosos.

A força-tarefa, que se reuniu ontem, é encabeçada pelo espanhol Joan Laporta, presidente do Barcelona.

O grupo, que é formado por membros de confederações, associações, ligas, times e jogadores, também está preocupado com a integridade física dos atletas, tanto que sugeriu a criação de um seguro caso o jogador se machuque enquanto estiver defendendo o selecionado de sua nação em amistosos ou jogos oficiais.

Esse é um dos pontos que mais geram atritos entre clubes e federações. Exemplo mais recente aconteceu com os brasileiros Ronaldo e Edmílson, que se machucaram durante a Copa do Mundo da Alemanha.

O atacante teve que passar por uma operação no joelho direito após o mundial, enquanto o volante se lesionou durante as preparações para o torneio e também sofreu uma cirurgia.

Árbitros e datas

Além disso, o órgão aproveitou para colocar em pauta a necessidade de profissionalizar a carreira dos árbitros, além de melhorar suas condições físicas e habilidades técnicas. ?Estamos também propondo um limite de idade de 45 anos para os árbitros. Mas eles continuarão nos ajudando a melhorar a arbitragem através de treinamentos e cursos?, disse o delegado da Fifa, Jerome Champagne.

Também foi proposto que partidas internacionais de ida e volta sejam mudadas de sábado e terça para sábados e quartas, a fim de dar mais tempo aos jogadores de se recuperarem quando retornarem a seus clubes.

?A idéia inicial era de partidas às sextas e terças, mas a Fifa considera que sábado é um dia familiar de se assistir ao futebol?, disse Champagne, que reiterou que na América Latina essa idéia pode sofrer ajustes.

A próxima reunião do grupo de trabalho será em janeiro de 2007, oportunidade na qual serão concretizadas estas propostas para serem transferidas e submetidas à votação no Congresso, que a Fifa realizará em maio.

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