Dunga aposta em Gilberto Silva para reforçar meio-campo da seleção

Dunga se rendeu ao time que lhe deu o título da Copa América em 2007. Depois de algumas tentativas com Anderson no meio-de-campo, o treinador escalou nesta sexta-feira (13) a seleção brasileira com Gilberto Silva aumentando a sua coleção de volantes. Agora, o Brasil terá três ­jogadores dessa posição – os outros são Mineiro e Josué -, com o meia Diego solitário na missão de articular o ataque no jogo contra o Paraguai, domingo, em Assunção, pelas Eliminatórias da Copa.

Mas não será surpresa se Julio Baptista ganhar a posição de Diego ainda nos vestiários do Estádio Defensores Del Chaco, em Assunção. Com a entrada dele, Dunga repetiria o meio-de-campo titular da Copa América e daria maior estatura ao setor – os paraguaios são muito fortes nas jogadas aéreas.

Na Copa América, ano passado, na Venezuela, a história se repetiu. A seleção estava capenga, vulnerável, sofrendo para vencer. Dunga deu, então, um estalo e resolveu fechar o time. Recorreu a Mineiro e Josué, volantes de sucesso na campanha do São Paulo em 2005, e Gilberto Silva, escalado como se fosse um terceiro zagueiro. E trocou Diego por Julio Baptista.

Com esse quatro no meio-de-campo, o Brasil derrotou a Argentina na final da Copa América com uma vitória contundente por 3 a 0. Título de campeão para a seleção brasileira e a salvação de Dunga, que corria risco de perder o cargo naquela oportunidade.

Agora a situação não é muito diferente. Em terceiro lugar nas Eliminatórias (atrás de Argentina e Paraguai) e novamente sem Kaká e Ronaldinho Gaúcho – ambos contundidos -, Dunga se mira na Copa América para melhorar a posição do Brasil na tabela de classificação e salvar a sua pele.

"Com o Gilberto Silva o time fica mais equilibrado. Ele ficará mais fixo na frente da zaga. Eu vou fechar pelo lado esquerdo e o Mineiro pelo direito. Nós dois vamos ter liberdade para sair mais e ajudar o Diego na criação", comentou Josué, na manhã desta sexta-feira, após o último treino da seleção na Granja Comary, em Teresópolis (RJ), antes do embarque para Assunção.

O experiente Gilberto Silva, de volta ao time titular, terá a missão de proteger os zagueiros e comandar os companheiros também no grito. "Essa é uma seleção que fala pouco, até pelas características dos jogadores. Eu, como tenho um pouco mais de experiência, vou falar mais, orientar o time ali de trás", disse o volante de 32 anos, remanescente das Copas do Mundo de 2002 e 2006.

Aliás, na última quinta-feira, Gilberto Silva teve o privilégio de segurar novamente a taça Fifa de campeão do Mundial de 2002. E não foi apenas uma homenagem do presidente da CBF, Ricardo Teixeira, aos jogadores da seleção. Foi também uma cobrança por vitórias nas duas próximas rodadas das Eliminatórias – o Brasil também enfrentará a Argentina, na quarta, em Belo Horizonte.

"Sempre é bom lembrar daquele momento maravilhoso de 2002. O presidente (Ricardo Teixeira) falou que se nós quisermos outra taça daquela temos de começar com vitórias contra o Paraguai e Argentina. Foi uma cobrança, mas também a taça pode inspirar os jogadores mais novos a se empenhar ainda mais", admitiu Gilberto Silva.

É o que espera Dunga. Nesta sexta-feira, durante o treino na Granja Comary, o treinador proibiu que cinegrafistas e fotógrafos fizessem imagens do trabalho da seleção. Teme que espiões paraguaios possam descobrir os seus segredos, que, nos últimos jogos, não têm feito a diferença.

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