Não bastasse a lanterna do Campeonato Paranaense, o Paraná Clube entra em campo hoje, às 21h, com outro problema. Do duelo na Vila Capanema, contra o Operário de Ponta Grossa, pode sair um desfecho do conflito que opõe o técnico Roberto Cavalo e o vice de futebol Paulo César Silva.
A cada dia que passa, a incompatibilidade entre o treinador e o dirigente fica mais clara e causa mais dores de cabeça ao presidente do Paraná, Aquilino Romani. “Vou ter uma reunião para definir isso (o futuro de Cavalo e Paulão). Ainda não ouvi o que foi falado e tenho que avaliar quem vai participar do encontro”, disse.
O mote ao qual Aquilino se refere começou na tarde de segunda-feira, quando Paulo Cesar Silva alfinetou Roberto Cavalo, dizendo que era “favorável à manutenção do projeto, desde que com uma mudança de filosofia”.A resposta veio antes do treino de ontem, quando o treinador deu sua posição. “Tem que mudar o comando técnico ou o diretor de futebol?”.
O técnico também se disse muito chateado com a notícia de que a diretoria paranista havia procurado Gilberto Pereira, atualmente no comando do Iraty, para ocupar seu cargo.
“Quer procurar outro, demita quem está aqui. Fiquei surpreso com a maneira que se está tocando o futebol no Paraná”, lamentou, antes de completar. “Tive um convite para assumir um clube grande do Brasil. Não fui por já ter um compromisso a ser cumprido.”
Procurado para comentar a questão, ontem, Paulo Cesar Silva preferiu evitar a repercussão do fato, supostamente a pedido de um terceiro. “Não tem problema nenhum, por isso vou seguir aquele ditado: manda quem pode e obedece quem é inteligente. Temos um jogo difícil amanhã (hoje) e por isso não vamos entrar em polêmica”, resumiu.
Se publicamente a diretoria do clube tenta minimizar a queda de braço entre os dois, nos bastidores especulam-se os motivos pela permanência de ambos. No lado de Cavalo, o problema seria sua multa rescisória, enquanto Paulão teria em sua retaguarda o apoio de conselheiros influentes nas decisões paranistas.