Duas fórmulas para o Paranaense 2003

A fórmula do Campeonato Paranaense de 2003 será anunciada na próxima segunda-feira, um dia após a definição da última vaga para a disputa, entre Roma e Cianorte. Depois da malfadada experiência do supercampeonato paranaense, um torneio relâmpago que serviu de remendo ao campeonato paranaense de 2002, os moldes do estadual serão redefinidos, numa adequação às datas disponibilizadas pelo novo calendário do futebol brasileiro, que deu fim à Copa Sul-Minas e à Copa dos Campeões.

A competição de 2003 será disputada entre 25 de janeiro e 23 de março, em doze datas – três no meio de semana e com a presença de dezesseis clubes. Diferente do estadual do ano passado, os clubes da capital – Atlético, Coritiba e Paraná Clube – participam desde o início. O Malutrom, independente da recusa em disputar a Série B do Brasileirão, deve participar da competição, uma vez que não recebeu até o momento notificação de suspensão pela CBF. Além desses times, estão confirmados Iraty, Ponta Grossa, Grêmio Maringá, Londrina, Portuguesa Londrinense, União Bandeirante, Rio Branco, Prudentópolis, Francisco Beltrão, Paranavaí e Cascavel, além de Roma ou Cianorte.

O debate sobre a fórmula de disputa terá início na noite de domingo, no Hotel Sheraton, e a previsão é de que termine na manhã de segunda-feira. O anúncio será feito às 11h, em um evento que contará com uma exposição de fotos das cidades envolvidas no estadual e com a escolha da Miss Paraná. Na disputa, estão as representante de cada equipe envolvida no estadual.

Fórmula

Dentro do número de datas disponibilizadas, existem duas propostas que devem ser apresentadas. A primeira prevê a organização de quatro chaves com quatro equipes cada e a outra a divisão das equipes em duas chaves de oito, proposta que tem a simpatia do presidente do Iraty, Sérgio Malucelli. “Deixamos para definir o consenso do pessoal do interior na reunião. Mas a idéia da disputa entre as equipes de duas chaves, com os times da chave A enfrentando os da chave B, classificando quatro para a decisão é interessante”, diz.

Para o presidente do Atlético Paranaense, Mário Celso Petraglia, não houve uma conversa preliminar entre as equipes da capital, mas ele vê com simpatia a idéia de dividir as equipes em quatro grupos. “Ficaria equilibrado. Mas vamos aguardar as propostas para debatê-las”, diz Petraglia.

Gisele Rech

Quem é o campeão estadual?

Armindo H. Berri

A volta do campeonato paranaense, mesmo que em apenas 12 rodadas, recoloca a disputa nos trilhos normais da história, quebrada no ano passado pela experiência feita com o certame em duas fases – o paranaense na primeira e o supercampeonato na segunda fase. Este também foi um torneio “cometa”, como outros criados nos últimos anos, tomados por competições novas, comandadas pelos clubes. Mas estes cometeram muitos equívocos, dando rédeas para o governo intervir nas competições. Como este não é do ramo, o sistema desportivo – leia-se Fifa-Confederação-Federações – voltou a dar as cartas e ressucitou os modelos antigos. O tempo mostrou que eles são arcaicos mas, se levados a sério, são mais eficientes que todas as últimas experiências.

Quase todas as competições “dissidentes” apresentaram problemas. A começar pela Copa União, em 1987, quando os clubes assumiram o futebol brasileiro. Até hoje, oficialmente o campeão é o Sport, reconhecido pela CBF e estatísticas, mas para os clubes a faixa é do Flamengo. A Copa João Havelange terminou com o Vasco campeão, mas com um vexame e intervenção da polícia, e até hoje ninguém sabe quem seria o campeão se Paraná e Malutrom (campeões do amarelo e verde) chegassem à decisão vencendo.

Com menos feridas, surgiram e desapareceram no Continente a Mercosul, Conmebol, Copa dos Campeões e as copas regionais, detonadas recentemente. Em todas elas, ficaram evidenciados a sobrecarga de jogos – no campo e na TV – e a falta da máquina (a estrutura organizacional) que os clubes não criaram e só as entidades possuem. Outra verdade é o fim da verba da televisão. Ela impôs uma cultura segundo a qual “quem tem dinheiro manda e quem não tem obedece”.

Dois campeões

A experiência feita no Paraná (e outros estados) no ano passado, serviu apenas para marcar um hiato na história do campeonato paranaense. Ele já sobreviveu a várias eras – com a Liga Esportiva Paranaense, Associação Paranaense de Esportes Atléticos, Associação Esportiva Paranaense, Federação Paranaense de Desportos, Liga Curitibana de Futebol e outros entidades. Mas depois do surgimento da Federação Paranaense de Futebol, em 1941, todos os anos tiveram um campeão sob o manto da casa Gêneris Calvo. Quando muito, as divisões foram estabelecidas pela era do amadorismo e profissionalismo ou dos campeões Norte-Sul.

No ano passado, não. Até agora, nem a própria FPF sabe ao certo quem é o campeão estadual. Se o Iraty ou Atlético. Se o que vale é o campeão estadual ou o supercampeão estadual.

Nem os historiadores e estatísicos conseguiram decifrar a esfinge. Quem é, afinal, o artilheiro do paranaense de 2002? Jabá fez 10 na primeira fase. E os gols da segunda (supercampeonato) valem? Qual o recorde de público? Para o ranking do campeonato paranaense, atribui-se 10 pontos ao Atlético ou Iraty? De 1994 a 2001, o Coritiba lederou o total e média de público na maioria dos anos. Deste ano, o que vale? A propósito, a Federação Paranaense de Futebol vai fazer o Arbitral na próxima semana. Com o voto é qualitativo e se são 16 clubes, quem tem peso 16, Atlético, Iraty. O peso do Paraná Clube é de vice do supercampeonato ou o vice do Iraty é o Maringá?

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