Foto: Divulgação/Equipe Petrobras Lubrax |
Klever Kolberg comemorou o ?aniversário? em Lisboa. |
Lisboa (AE) – Ao saírem de Lisboa rumo à cidade portuguesa de Portimão, para os primeiros 117 quilômetros da 29.ª edição do Rali Dacar, os pilotos Klever Kolberg e André Azevedo festejaram 20 anos na disputa da prova. Com bom humor, os dois recordaram a maneira irresponsável como iniciaram a aventura em 1988, já que desafiaram o deserto sem o mínimo necessário à sobrevivência.
?Foi uma loucura. Veja só: hoje temos bons veículos, pessoal de apoio para levar nosso material e fazemos treinamentos?, observou Kolberg. ?Na primeira vez, eu tinha 24 anos e, o André, 27, a equipe éramos nós dois e o que coubesse na garupa da moto. Ainda por cima, nunca tínhamos andado no deserto.?
Kolberg lembrou que, com tanto despreparo, o único resultado só poderia ser o abandono. O lugar no pódio para eles foi o fato de terem saído vivos da primeira aventura no Dacar. E a superação como parceira constante é um dos itens obrigatórios para a disputa do Dacar, de acordo com Azevedo. Principalmente porque a cada quilômetro da prova pode surgir uma surpresa. Nesses 19 anos, os dois pilotos colecionaram histórias, umas divertidas e, outras, nem tanto.
?Teve uma vez que eu passava por uma vila e não sei de onde saiu tanta gente. Eles simplesmente cercaram o carro e foi impossível passar?, disse Azevedo. ?É natural acontecer isso, porque nós representamos para eles a chance de comida por algum tempo. Agora, entrar na frente de um carro a 200 km/h é morte na certa. Por isso, precisamos estar atentos?.
Até pelo perigos imprevisíveis, Azevedo admitiu que sentir medo é algo natural na disputa do Dacar. Mas ressaltou que o sentimento não pode influenciar negativamente no desempenho dos participantes. ?Sabemos dos riscos, precisamos dirigir em alta velocidade e, claro, o medo faz parte. Só que ele também ajuda a nos precaver quanto a possíveis surpresas?, destacou Azevedo. ?Mas, se o medo tomar conta, o piloto deixa de ser competitivo?.
E o primeiro Rali Dacar não se esquece
Glenda Carqueijo
São Paulo (AE) – Há 22 anos no esporte a motor – com corridas de moto, bugue e carro -, o piloto cearense Riamburgo Ximenes, de 40 anos, embarcou na maior aventura de sua vida, o Rali Dacar. Ao seu lado no carro, tem o navegador Lourival Roldan, que já participou de três edições da prova e concluiu todas.
Apaixonado pelas provas cross-country, ?pelo desafio de não saber o que vem pela frente?, Riamburgo é conhecido no mundo dos ralizeiros como o ?rei da areia?. Enquanto a maioria dos pilotos teme as dunas do deserto, Riambrugo anda seguro na areia.
O sonho de correr o Dacar surgiu em 1999, quando Riamburgo venceu a categoria Geral do Rali dos Sertões, o maior da América Latina. De lá para cá, todo dinheiro que ganhou com o rali ele começou a guardar e aplicar para investir na maior prova do gênero no mundo.
Já foi ao deserto do Saara três vezes. Não como competidor, mas com carro de passeio, para fazer contatos com outras equipes e entender mais sobre a logística da prova. ?Dizem que quem vai pela primeira vez ao Dacar recebe um chamado do deserto. O lugar tem energia fantástica?.