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“Drible contábil” mantém federação funcionando

A federação é obrigada a realizar um “drible contábil” para fazer sua movimentação financeira. Afinal, as contas da FPF estão bloqueadas pela Justiça e qualquer depósito feito nelas terá como destino o pagamento de credores.

O presidente da Federação Paranaense de Futebol, Hélio Cury, não fala sobre o assunto. Procurado pela reportagem, em entrevista gravada, simplesmente respondeu: “Vá para o inferno! Vá para o inferno, que você ganha mais”.

No entanto, uma série de documentos obtidos pelo Paraná Online indica que a FPF utiliza pelo menos duas contas para fazer sua movimentação financeira. Uma das contas está em nome da LG Assessoria de Comunicação e MKT, usada para fazer pagamentos de placas de publicidade. A outra conta bancária indicada pelos documentos está em nome de Bevilaqua & Associados, onde supostamente foram depositados cheques recebidos pela federação‘ com valores entre R$ 1 mil e R$ 5 mil.

Segundo o diretor jurídico da entidade, Juliano Tetto, que também é sócio da Bevilaqua, sua empresa presta serviços para a FPF e os cheques de clubes depositados são uma remuneração. “Temos um contrato de honorários que são pagos com cheques de terceiros. Existe uma conta, mas o presidente da federação (Hélio Cury) não assumiu essa conta corrente”, disse.

Conforme as palavras de Tetto, a conta de sua empresa também é utilizada para que os clubes não deixem de pagar encargos à FPF. “A federação tem dinheiro vivo, que ela utiliza no dia-a-dia, nos cofres, e os cheques ela utiliza para pagamentos, principalmente de fornecedores, pelo nosso escritório. A gente sempre recebe em cheques e daí a gente compensa. Eu faço documento da devolução dos cheques que voltaram, pedindo ressarcimento ou reposição por outros cheques de terceiros. Isso, de certa forma, auxilia para que a federação consiga de qualquer forma compensar os cheques e recuperá-los, para poder cobrar dos clubes inadimplentes”, explicou.

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