Pode-se perder uma oportunidade, mas a segunda não pode escapar. A máxima que serve para a vida, certamente serve para o futebol, e o goleiro Douglas involuntariamente passou por isso nos últimos meses. Depois da venda de Fernando para o futebol português, ele era a ?bola da vez? para vestir a camisa 1 do Coritiba, mas acabou perdendo espaço e abrindo caminho para Vizzotto. Rodadas mais tarde, a chance de ser titular reapareceu e desta vez Douglas não a desperdiçou, assumindo o posto e se firmando com boas atuações. Para confirmar a boa fase, a ótima partida contra o então líder do Campeonato Brasileiro, o Fluminense, com direito até a defesa de pênalti cobrado pelo sérvio Petkovic.
Era a consagração que o goleiro procurava desde 2003, quando ele foi contratado junto ao Roma de Apucarana -graças a uma impressionante atuação na Arena da Baixada, quando fez pelo menos dez intervenções decisivas e foi o responsável por sua frágil equipe ter sido derrotada por apenas 1×0. Nos últimos dois anos, assim como Vizzotto, Douglas ficou na sombra de Fernando, que já era titular quando ambos chegaram e só abandonou a camisa 1 ao sair para o União de Leiria.
Até a partida de domingo, mesmo com boas atuações, Douglas não podia se considerar definitivamente o titular do gol coxa. ?Eu estava plantando uma sementinha, buscando ter a confiança da torcida, da comissão técnica e dos dirigentes?, comenta o jogador. Faltava aquele ?algo mais?, aquela defesa que muitos considerariam impossível. E ela veio na cobrança de pênalti de Pet.
A vibração dele e do resto do time eram compreensíveis. Para Douglas, era a comprovação que tanto precisava. Para seus companheiros, a resposta positiva de um jogador que ainda sofria questionamentos -além, é claro, do resultado garantido. Assim como naquela partida do Roma, Douglas foi o responsável principal pelo 0x0 do Cori com o Flu. Mas a emoção só veio com os aplausos e gritos da torcida. Aí ele não resistiu, emocionou-se e chegou a chorar. ?Foi um jogo muito importante para mim e fico feliz em ver que nosso torcedor reconheceu isso?, resume.
Mas Douglas sabe que a confiança, para um goleiro, é adquirida jogo a jogo. ?Preciso de mais partidas. Eu fui bem nestas que atuei e consegui ter ritmo de jogo. Só que ainda falta muito?, reconhece o camisa 1 do Coritiba, que também aposta nos companheiros para crescer mais. ?Quanto mais a gente se fechar, se unir em torno dos nossos objetivos, seremos mais fortes?, finaliza.
Cuca muda pra encarar o Juventude
A esperança do técnico Cuca é montar um Coritiba mais forte na partida de quinta-feira, às 20h30, contra o Juventude, no Alfredo Jaconi. Isso significa que o Coxa terá alterações – se depender dos planos do treinador, pelo menos quatro jogadores podem entrar na equipe, já encaminhando a base para as próximas rodadas. Ele depende do BID e do departamento médico, mas teve o caminho aberto por conta de uma suspensão.
A expulsão de Jackson, que acertou um carrinho no tricolor Juan (e por isso terá que pagar multa de R$ 1.000,00), acaba deixando o armador mais distante do time titular. Se está fora do jogo de quinta, pois terá que cumprir a automática, depois ele pode virar uma opção no banco de reservas. Isto porque Cuca começa a planejar o Cori com Maia e Renaldo na frente – o que significa que Caio vai voltar para o meio-campo e alguém terá que ?sobrar?. A intenção do treinador é iniciar com Maia já em Caxias do Sul.
Outra alteração certa é a volta de Vágner. O zagueiro só ficou de fora do jogo de domingo porque estava suspenso e retorna normalmente para a equipe. Ele deve ter Anderson ao seu lado, desde que o jogador que veio do Paulista tenha a regularização do registro na CBF. Completando as alterações, Cuca aguarda a liberação de Márcio Egídio, que já voltou aos treinos depois de quarenta dias afastado por causa de uma fratura no quadril. De todos, o volante é o que tem menos chances de enfrentar o Juventude.