O meia Douglas admitiu nesta quinta-feira que gostaria de ter mais liberdade na equipe do Corinthians, sem tanta obrigação de fazer a marcação. Mas também disse que respeita as ordens do técnico Tite e que vai continuar cumprindo a determinação de ajudar a marcar os adversários.
Prestes a disputar seu terceiro jogo seguido como titular do time, diante do Flamengo no domingo, Douglas explicou, em entrevista nesta quinta-feira, porque não tem mostrado atualmente o mesmo brilho de sua primeira passagem pelo Corinthians, entre 2008 e 2009.
“Em 2008 (quando o técnico do clube ainda era Mano Menezes), tive uma sequência maior. Cheguei e já saí jogando. Nesse meu retorno (no começo do ano passado, já sob o comando de Tite), foi diferente, tive que me adaptar a um estilo de jogo diferente”, afirmou Douglas.
Segundo ele, a sua qualidade não mudou entre as duas passagens pelo clube. “Se me deixar jogar sem marcar ninguém, como em 2008, voltou a jogar fácil, vou estar inteiro, bem na partida”, avisou o meia de 31 anos. “Eu até prefiro o Douglas de 2008, que não precisava marcar e nem correr tanto. Mas não dá para escolher. Quem manda é o Tite e eu vou continuar fazendo o que ele pede.”
Douglas aproveitou para rebater as críticas que recebe de alguns torcedores. “Sobre peso, corpo mole e jogador ‘chinelinho’, isso eu nunca fui. Nunca tive uma lesão na minha vida. Só que o torcedor não entende que quem manda é o treinador”, contou o meia, que, na passagem anterior pelo Corinthians, tinha a função exclusiva de armar as jogadas de ataque, sem precisar marcar.
Essa adaptação ao estilo de jogo implantado por Tite e a falta de um grande poder de marcação provocaram a grande frustração da carreira de Douglas. No ano passado, ele foi titular na semifinal do Mundial, diante Al Ahly, mas perdeu a vaga no time para Jorge Henrique, que marcava melhor, e não entrou em campo na final contra o Chelsea, quando o Corinthians foi campeão.
“Estava numa sequência bacana de jogos. Disputei a primeira partida e saí do time, mas não por questões técnicas. Aquela função de jogar pelo lado e acompanhar o lateral que o Jorge Henrique fazia eu não ia fazer nunca”, admitiu Douglas. “Fiquei chateado, foi muito frustrante para mim não jogar aquele jogo (diante do Chelsea na final do Mundial).”